No último dia do mês, o Ibovespa operou em alta desde o início da tarde.
O principal índice da B3 foi impulsionado pela forte alta dos papéis da Petrobras.
No pregão, os investidores repercutem a divulgação de novos indicadores econômicos, além dos balanços corporativos referentes ao primeiro trimestre deste ano.
Os dados divulgados pelo IBC-Br e sobre o mercado de trabalho sinalizaram uma força da atividade econômica, influenciando no movimento de alta nas curvas de juros futuros.
A força do setor primário, incluindo o agrícola, teve uma recuperação relativamente boa dos gastos com serviços, compensando a fraqueza em outros setores
Em fevereiro, o volume de serviços no Brasil cresceu mais do que o esperado no período.
Mas, na contramão, a produção industrial brasileira apresentou o terceiro mês seguido de perdas da produção, enquanto as vendas no varejo perderam força.
Foi uma surpresa bastante forte, os resultados do IBC-Br mostram que teremos uma atividade econômica bastante forte nesse primeiro trimestre.
Para 2023 temos expectativa de expansão de 1,5% do PIB, muito puxado pela agricultura no primeiro trimestre e também pelo setor de serviços, que deve ter desaceleração mais lenta.
A previsão é de uma expansão de 0,9% do PIB no primeiro trimestre sobre os três meses anteriores.
Nesta sexta-feira (28), também foram divulgados dois indicadores importantes para o mercado financeiro no Brasil.
O primeiro é a taxa de desemprego no país, que subiu para 8,8% no trimestre móvel terminado em março, o menor resultado do trimestre desde 2015, quando fechou em 8%.
O número total de desempregados teve alta de 10% contra o trimestre anterior, chegando a 9,4 milhões de pessoas.
Em relação ao mesmo período de 2022, o recuo é de 21,1%, ou 2,5 milhões de trabalhadores.
Há duas razões para esses resultados.
Uma delas é a queda na quantidade de pessoas buscando emprego – é evidente que quando a conjuntura econômica está muito instável, esse número cai, já que as pessoas deixam de buscar uma ocupação.
Em contrapartida, a ocupação também subiu, o que mostra um mercado de trabalho que ainda está aquecido.
Isso acontece mais por causa da queda de pessoas buscando emprego do que pelo aumento do emprego.
Em resumo, os resultados de março continuaram a mostrar um mercado de trabalho provavelmente superaquecido, com sinais de estabilização.
Câmbio
A estabilidade do dólar nos R$ 5,00 não deve ser um convite muito atrativo para o investidor brasileiro montar posições na moeda americana.
Isso porque, para o estrangeiro está cada vez mais difícil querer vender real para comprar dólar, principalmente em decorrência do aumento nas taxas de juros locais.
Os olhos dos investidores estão na divulgação dos novos indicadores econômicos no Brasil e no exterior.
Em resumo, os números do índice de preços de gastos com consumo pessoal vieram em linha com o esperado e não mudam a perspectiva para mais uma alta nos juros pelo Federal Reserve.
A favor do real também pesa a internalização de dólares pelos exportadores, atraídos pela remuneração gorda da renda fixa.
Por ora, aplicações dolarizadas na carteira do investidor local não são tão atraentes quanto parecem.
Ao analisarmos os últimos desempenhos e a alta volatilidade dos últimos meses, a tendência da moeda americana em relação ao real é para baixo.
A expectativa para a próxima reunião do Fed é que ele promova uma pausa depois da próxima alta, mas agora vemos um risco crescente de que eles precisem fazer mais para controlar a inflação.
No geral, os juros mais altos nos Estados Unidos tendem a favorecer o dólar globalmente, uma vez que elevam a rentabilidade do mercado de renda fixa norte-americano.
Na última semana, o dólar também subiu por conta das negociações de fechamento da Ptax, uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central que serve de referência para a liquidação de contratos futuros.
No fim de cada mês, investidores financeiros costumam tentar direcioná-la para níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas ou vendidas em dólar.
Luiz Felipe Bazzo é CEO do transferbank, uma das 15 maiores corretoras de câmbio do Brasil.
O executivo também já trabalhou em multinacionais como Volvo Group e BHS.
Além disso, criou startups de diferentes iniciativas e mercados tendo atuado no Founder Institute, incubadora de empresas americanas com sede no Vale do Silício.
O executivo morou e estudou na Noruega e México e formou-se em administração de empresas pela FAE Centro Universitário, de Curitiba (PR), e pós-graduado em finanças empresariais pela Universidade Positivo.