Gastos acima da média e inflação: alerta presidente do Banco Central sobre o Brasil

Campos Neto alertou que o crescimento das despesas acima da inflação, estimado em 9,2% para este ano e 3% para 2024, pode resultar em desequilíbrio fiscal. Foto: Edgar Marra

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, expressou preocupação com os elevados gastos reais projetados para o Brasil nos próximos anos, mesmo com a aprovação do Arcabouço Fiscal no Congresso.

Ele destacou que as estimativas de despesas do país, tanto para o presente ano quanto para o próximo, estão consideravelmente acima dos padrões observados em nações emergentes, América Latina e no restante do mundo.

A declaração ocorreu no 35º Congresso Abrasel.

Campos Neto alertou que o crescimento das despesas acima da inflação, estimado em 9,2% para este ano e 3% para 2024, pode resultar em desequilíbrio fiscal, ressaltando que contar unicamente com aumento na arrecadação para equilibrar as contas é insustentável, uma vez que a capacidade de arrecadação pode não acompanhar.

Ao abordar a taxa de juros questionada, o presidente do Banco Central destacou que a instituição busca um “pouso suave”.

Ele enfatizou o objetivo de reduzir a inflação com o mínimo impacto possível para a sociedade e o emprego, embora haja um certo aperto no crédito para conter a pressão inflacionária.

Campos Neto observou que, apesar de haver percepções de dificuldades na obtenção de crédito por parte da população, a desaceleração do crédito no Brasil tem sido relativamente menos pronunciada em comparação com outros países.

Campos Neto também discutiu o aumento no preço dos combustíveis promovido pela Petrobras. Ele considerou a decisão acertada, apesar do impacto inflacionário.

Segundo ele, essa decisão resultará em um aumento de aproximadamente 0,4 ponto percentual na inflação nos meses de agosto e setembro.

Ele explicou que o impacto direto do aumento no preço do diesel não é tão significativo na cadeia, mas o reajuste nos preços da gasolina terá um impacto mais expressivo.

Ele observou que a defasagem nos preços da gasolina em relação aos preços internacionais é de 31,15%, enquanto a do diesel é de 27,68%

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