Fundos de ações ganham força no primeiro trimestre e passam a chamar cada vez mais atenção do público

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A busca por produtos financeiros que ofereçam maior rentabilidade está levando investidores a apostarem cada vez mais em fundos de ações. Com a queda da taxa básica de juros, as aplicações consideradas mais seguras, como de renda fixa ou até mesmo a poupança, se tornam menos atraente. Com isso, as aplicações tidas mais arriscadas passam a ganhar terreno pelo seu poder de oferecer mais retorno financeiro.

Dados da Anbima, associação que representa o setor de mercado de capitais no País, mostrou que no primeiro trimestre do ano a captação líquida em fundos de ações foi de R$ 11,9 bilhões, cerca de 21% maior do que o verificado no mesmo período do ano passado (R$9,8 bilhões). Já os fundos ligados a renda fixa tiveram captação de apenas 1,1 bilhão nos três primeiros meses do ano, representando recuo de 72% ante o mesmo intervalo de 2018.

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Um levantamento feito pelos economistas Felipe Medeiros e Lucas Paulino, sócios-fundadores da plataforma de investimentos Mais Retorno, mostrou que do total aportado pelos investidores Pessoa Física atendidos pela empresa em produtos financeiros, 91% foi destinado para classe de ações em janeiro, e 87% no mês de fevereiro.

Segundo Paulino, isso reflete o momento do mercado, que segue otimista com os rumos da política econômica do governo atual, além do cenário mais favorável da renda variável. “Boa parte dos investidores tomou coragem de alocar em ações. Até então esse recurso estava em renda fixa e multimercado, então é natural nesse primeiro momento ter um movimento tão forte, pois havia uma vontade reprimida”, diz o especialista em investimentos do Mais Retorno.

Outro motivo para essa forte alocação em fundos de ações, ainda segundo Paulino, é a busca por um rendimento maior em um momento de taxas de juros tão baixa. “Com a taxa de juros brasileira em seu menor valor da história, muitos investidores começam a aceitar um risco maior por uma boa rentabilidade do seu dinheiro”, afirma. “Como a bolsa tem batido recordes de alta, com o Ibovespa cercando seu valor máximo histórico, muitos investidores começam a se interessar mais por esse tipo de investimento”, complementa.

Poupança recua no primeiro trimestre
Embora a caderneta de poupança ainda seja a modalidade de investimento mais procurada pelo brasileiro, a captação líquida vem caindo mês a mês. No primeiro trimestre, a caderneta de poupança registrou saques líquidos de R$ 13,4 bilhões, contra saques líquidos de R$ 1,93 bilhão no mesmo período do ano passado.

Com rendimento de 70% da Taxa Selic (juros básicos da economia), a poupança está se tornando menos atrativa porque os juros básicos estão no menor nível da história, em 6,5% ao ano. Nos últimos meses, o investimento não tem conseguido garantir rendimentos acima da inflação. Com isso, aplicações mais arriscadas passam a ser consideradas com o propósito de atingir retorno financeiro maior.

“Se o investidor está procurando investimentos que vão render acima da média do mercado, precisará correr um pouco mais de riscos, investindo em títulos de crédito privado como Debêntures, CRI e CRA ou simplesmente em fundos”, diz Medeiros, do Mais Retorno.

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