FGV: Inflação para o Dia das Mães é a maior para os últimos quatro anos

Levantamento realizado a partir de 32 produtos e serviços do Índice de Preços ao Consumidor (IPC/FGV) indicou que os presentes e os serviços mais procurados para o Dia das Mães subiram em média 4,1%, nos últimos 12 meses.

O percentual ficou abaixo da inflação apurada para o mesmo período, que foi de 6,71%.

A pesquisa também mostrou que a inflação dos serviços subiu 4,89%, sendo a alta puxada pelas passagens aéreas, cujos preços avançaram 26,09%.

Também na cesta de serviços, restaurantes (3,82%), salões de beleza (3,21%) e academias (2,06%) sofreram aumentos, mas abaixo da inflação geral.

As atrações culturais, por motivo da inatividade gerada pela pandemia, ficaram com seus preços estáveis: cinemas (0%), shows (0%) e teatros (0%).

A atual condição sanitária vem reduzindo a demanda para o setor turístico-hoteleiro, que reflete tal condição em seus preços: excursões e tours (-0,28%) e hotéis (-1,77%).

O pesquisador do FGV IBRE Matheus Peçanha avalia que os custos tiveram um papel importante nessa dinâmica. “A inflação de custos foi a tônica da elevação de preços da cesta.

O setor de aviação, por exemplo, é muito dolarizado, de modo que a escalada do câmbio e o aumento do petróleo no último ano provocou uma elevação no preço do QAV.

No caso dos restaurantes, o preço dos alimentos teve um impacto muito grande para o reajuste desse serviço, mesmo em um ambiente de demanda menos aquecida.

Já os salões de beleza e academias são setores intensivos em consumo de energia.”

Pelo lado dos produtos mais comumente escolhidos como presente, a cesta de 23 bens duráveis e semiduráveis teve um aumento médio de 3,33%.

As maiores altas vieram principalmente dos eletrodomésticos: máquina de lavar (12,39%), ventilador e circulador de ar (10,5%), computadores e periféricos (9,55%) e aparelho de TV (7,52%), todos acima da inflação.

Outras altas acima da inflação foram registradas para roupas de cama, mesa e banho (9,17%), bijuterias (7,36%) e bicicletas (7,15%).

O alívio da cesta de produtos vem dos bens semiduráveis como calçados femininos (-0,23%), artigos de maquiagem (-1,15%), roupas femininas (-1,49%) e livros (-3,68%).

“Mais uma vez, os custos tiveram um papel importante”, avalia Matheus Peçanha, “as commodities metálicas tiveram aumentos na casa dos 80% em 2020, custo muito relevante na produção dos eletrodomésticos, das bijuterias e bicicletas.”

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