Estimativas do BNDES apontam melhora dos investimentos para os próximos quatro anos

Levantamento produzido por analistas setoriais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) mostra uma melhora das expectativas de investimentos no País para o quadriênio 2019-2022. A estimativa é de investimento total de R$ 1,1 trilhão no período para os setores mapeados (responsáveis por cerca de 25% da formação bruta de capital fixo da economia). Esse valor representa um aumento real de 2,7% em relação aos investimentos previstos no levantamento anterior para o quadriênio de 2018 a 2021. Os dados, que constam no boletim Perspectivas do Investimento (também disponível em inglês), foram divulgados pelo Banco nesta quinta-feira, 12.

Os números consideram investimentos apoiados e não apoiados pelo BNDES relativos a 19 setores, sendo 11 da indústria e oito da infraestrutura. No conjunto dos setores analisados, o boletim revela um crescimento real médio de 3,9% ao ano no período, puxado por uma aceleração do cres­cimento no final do quadriênio. O desempenho é bem superior às projeções atuais para o PIB do boletim Focus.

“Em 2022, há perspectiva de forte crescimento do investimento, sobretudo em setores como petróleo e gás e também na energia elétrica”.

Fernando Puga,
economista e assessor da Presidência do BNDES

Setores – O resultado positivo é puxado principalmente pelos investimentos na indústria, com destaque para o segmento de petróleo e gás, impulsionado pela recuperação do preço do petróleo e pelos leilões de concessão ou de partilha de blocos exploratórios ocor­ridos em 2017 e no início de 2018.

Na infraestrutura, a previsão é de investimento médio anual próximo ao estimado no levantamento anterior (2018-2021). O cenário, contudo, é de aceleração dos investimentos em 2021 e 2022, de forma que o valor em 2022 deverá superar o registrado em 2018. Os segmentos de logística e saneamento devem mostrar melhor desempenho dos investimentos nas áreas mais carentes de desenvolvimento, sobretudo a partir de 2020.

A análise apresenta ainda uma redução no quadro de alto endividamento e restrição de caixa das empresas no segmento de mineração. Outro destaque foi a siderurgia, com a melhora das margens de lucro do setor. Políticas pú­blicas, mudanças no marco regulatório e programas de concessão de serviços de infraestrutura ao setor privado também influenciam positivamente os investimentos, enquanto a situação fiscal dos Estados continua sendo fator de inibição.

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