O câncer de pele não melanoma é o mais frequente no Brasil, correspondendo a cerca de 30% de todos os tumores malignos do país, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Se detectado precocemente, há altos percentuais de cura, no entanto, o tratamento pode variar de acordo com a agressividade da doença, desde o uso de cremes até a retirada e a reconstrução da área.
O cirurgião plástico, juntamente com uma equipe multiprofissional, é um dos protagonistas no tratamento da doença, uma vez que remove lesões cancerígenas ao mesmo tempo em que se preocupa com a manutenção da saúde e da aparência. Trata-se do profissional mais apto a realizar as reconstruções após as ressecções tumorais.
Apesar da especialidade médica ser habilitada para realizar intervenções reparadoras ou estéticas no corpo, o cirurgião plástico pode também assumir com primazia todas as etapas de remoção e remodelação das áreas afetadas pelo câncer de pele.
O principal objetivo dessa cirurgia é a retirada completa do tumor, mantendo uma margem de segurança ou livre de células cancerígenas, para obter a cura do paciente sem comprometer a funcionalidade das estruturas da face, como o nariz, por exemplo, que não pode ser obstruído, ou a reconstrução da pálpebra que deve se movimentar e manter a lubrificação ocular”, explicou o cirurgião plástico Bruno Luitgards.
O médico esclareceu que os tumores de pele devem ser retirados com margens livres, isto é, com a garantia de que todas as células cancerígenas foram removidas. Para isso é realizada uma biópsia no momento da cirurgia em que se verifica a retirada total do tumor. “Após a remoção do tumor é feita a reconstrução. Nela utilizamos princípios de cirurgia estética, tentando deixar cicatrizes mínimas e em locais ocultos”, comentou Luitgards.
Resultado estético
É fato que toda cirurgia gera cicatrizes. A intervenção adequada, contudo, pode atenuar as marcas deixadas no corpo. Desse modo, o cirurgião plástico atua no tratamento do câncer de pele sem mudar radicalmente o aspecto físico. Em casos assim, a operação tem função reparadora, ou seja, visa aprimorar ou recuperar as funções, além de manter a forma mais próxima do normal.
“O objetivo estético também será buscado evitando-se ao máximo cicatrizes visíveis, alterações de coloração e textura da pele e minimizando-se as cicatrizes. A estética, principalmente da face está intimamente ligada à função social e, por isso, não deve ser vista como fútil, pois o paciente tem ganho de qualidade de vida com reconstruções que permitam convívio social normal”, defendeu Luitgards.
Cuidados no pós-cirúrgico
Após feitas todas as intervenções cirúrgicas necessárias, o paciente deve ainda tomar alguns cuidados fundamentais para manter os resultados. São eles: manter repouso de atividades físicas, evitar o sol enquanto houver equimoses (roxos) e, após esse período, evitar sol sobre as cicatrizes, bem como utilizar frequentemente o protetor solar.
O cirurgião plástico, Bruno Luitgards explicou: “Para o melhor resultado da cicatrização, no pós-operatório recente é necessário evitar esforços físicos e fugir do sol num período de dois meses. Sempre é indicado utilizar protetor solar fator 50 na face e repetir o procedimento ao meio dia, no intuito de diminuir o risco de novos tumores de pele”.