Crimes Cibernéticos contra idosos e os riscos de suspensão do benefício pelo INSS

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A partir deste mês, os aposentados e pensionistas não precisam mais fazer a prova de vida presencialmente nos bancos onde recebem o benefício.

Com a nova portaria, assinada pela Presidência da República, a prova de vida poderá ser feita pelo cruzamento de dados dos Governos Federal, Estaduais e Municipais, além de instituições privadas.

A medida facilitará principalmente os beneficiários com problemas de locomoção, e é um avanço para a garantia de continuar a receber o benefício frente as medidas de prevenção do Coronavírus.

A medida beneficiará todos os aposentados e pensionistas. No entanto, este público é um dos alvos mais crescentes dos criminosos cibernéticos.

Segundo o INSS, o Brasil tem cerca de 36 milhões de aposentados e pensionistas, aproximadamente cinco milhões deles com mais de 80 anos.

Por isso, é extremamente importante seguir com as recomendações para evitar ataques de invasão a aparelhos com dados pessoais e acesso à internet, como celulares, tablets, computadores e outros dispositivos.

Luli Rosenberg é Hakcer Ético e professor na CySource no Brasil. Formado em Combate a Crimes digitais e Perícia Forense Digital pelo IFCI (EUA, também é membro de fóruns internacionais de hackers éticos e palestrante de cibersegurança ofensiva e defensiva.

O especialista recomenda que seja repensada a segurança de idosos nos dias atuais, principalmente por conta do impacto que isso pode trazer para o recebimento dos benefícios do INNS. Algumas das principais orientações são:

Exposição de dados: é bastante comum pessoas deixarem senhas e informações pessoais com o computador aberto, assim como as câmeras de diversos dispositivos ficam cada vez mais tempo ativadas e selfies se proliferam nas redes sociais.

“É justamente a busca por informações sensíveis, muitas vezes expostas desnecessariamente e por descuido, a primeira arma que o hacker tem. Dessa forma, ele pode não só encontrar dados confidenciais, como descobrir redes de relacionamento pessoal e profissional para enviar, por exemplo, um e-mail se passando por outra pessoa para infectar, roubar informações pessoais e controlar um computador”, alerta o especialista da CySource.

Aprimorar conhecimento sobre Segurança: apesar de já ser comum em alguns países, no Brasil ainda não vimos grandes campanhas de conscientização sobre cibersegurança para mostrar como acontecem os crimes virtuais.

Com a falta de conhecimento, alguns ataques bastante populares como o phising, golpe que engana as vítimas com sites e aplicativos falsos, crescem cada vez mais.

As tentativas nessa modalidade podem chegar por diversos meios, como SMS, e-mail, aplicativos de mensagens e falsas atualizações. Basta que a vítima clique em um link malicioso ou digite informações em uma página falsa para que o hacker consiga controlar a sua máquina.

“Para evitar esse ataque, é fundamental analisar com atenção se a mensagem era esperada pelo remetente e se estava no prazo previsto. No caso de dúvidas, deve-se entrar em contato diretamente com o responsável pelo envio por meio de um outro canal de comunicação para confirmar a sua veracidade” recomenda Rosenberg.

Não realizar as atualizações nos dispositivos: A maioria das pessoas não gosta de parar e esperar para fazer atualizações.

beneficiario-inssContudo, não atualizar softwares e smartphones facilita o caminho de possíveis invasores, já que as novas versões apresentam correções e melhorias relacionadas principalmente a segurança.

Com bastante frequência um programa ou sistema operacional é lançado e, depois disso, são descobertas falhas de vulnerabilidades para possíveis ataques.

De acordo com o especialista da CySource, as atualizações têm a finalidade justamente de corrigir esses problemas.

“Quando não se realiza atualizações de segurança nos sistemas, pode-se manter no seu ambiente vulnerabilidades já conhecidas e que podem ser exploradas mais facilmente por hackers mal-intencionados”, alerta.

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