Como investir em câmbio além do dólar e do euro

polish-money-como-investir-em-oney

dinheiro polonês Notas polonesa -

Na hora de investir em moeda estrangeira, o brasileiro logo pensa no dólar e no euro. E não é para menos, porque são as duas principais moedas do mundo.

E em momentos de juros altos – como o atual –, os investidores deixam as bolsas de valores em direção às mais importantes divisas do mercado Forex.

O dólar subiu 16%, 12% e 6% em relação ao iene, libra esterlina e euro em 2022, respectivamente. Apesar das moedas fortes serem as favoritas, é igualmente fácil aplicar em divisas menos conhecidas como o zloty polonês e o forint húngaro.

Se o investidor acreditar que determinada divisa está a ponto de despencar – o peso mexicano, por exemplo –, basta abrir uma posição comprada no par dólar/peso mexicano ou no par euro/peso mexicano. Nesse caso, a posição equivale a uma aposta no dólar ou no euro contra a moeda do México.

Para operar no mercado cambial, é importante saber interpretar as notícias econômicas. Quando elas apontam para inflação ou deflação elevada, políticas governamentais poderão impactar na taxa de câmbio.

Muitas vezes, o pessimismo sobre a inflação é um bom sinal para a taxa de câmbio de um país. As medidas para conter a alta de preços, como elevação dos juros, tendem a fortalecer a moeda.

Inflação significa aumento de preços, levando uma moeda a comprar menos serviços e bens. Na teoria, é recomendável uma pequena taxa de inflação para permitir que consumidores e empresários planejem a longo prazo. 

Por outro lado, as oscilações cambiais acirram a volatilidade dos preços. No jargão econômico, o pass-through significa o processo de alteração da inflação após uma mudança na taxa de câmbio. Ou seja, a taxa de câmbio altera o preço dos produtos importados e exportáveis. A oscilação dos preços desses produtos é passada para a inflação doméstica.

Cenário brasileiro

Voltando ao cenário brasileiro, um estudo sobre o real ajuda a compreender o mercado cambial. O real entrou em circulação em 1994 e, à época, o Banco Central mantinha a moeda em paridade ou mais forte que o dólar. A âncora cambial, como era chamado esse mecanismo, esteve em vigor até o ano de 1999.

A elevada taxa de juros brasileira atraía capital estrangeiro e fortalecia a moeda brasileira. O real valorizado ajudava a estabilizar os preços no mercado interno(,) porque os produtos importados eram relativamente menos custosos. Uma maior concorrência pelo bolso do consumidor ajudou a moderar os aumentos de preços.

De junho a julho de 1994, a inflação caiu de 47% para 6,84% e seguiu em queda por anos. Em resumo, a inflação foi controlada através de juros altos e o controle cambial.

Mas com o tempo, a paridade do real com o dólar prejudicou as exportações, alavancou as importações e deteriorou a balança comercial. Essa dinâmica contribuiu para deprimir o PIB do país.

No início de 1999, o real passou por uma desvalorização abrupta. Devido às crises no México, Ásia e Rússia, o cenário externo era desfavorável naquele momento.

Era claro que o real estava prestes a sofrer uma depreciação. Quem entendeu o momento e comprou dólar teve um bom retorno.

Sair da versão mobile