Como calcular o custo de um funcionário?

Calcular gastos de um funcionário

Saiba como calcular o custo de um funcionário para não ter gastos desnecessários em sua empresa

Você sabe como calcular o custo de um funcionário para a sua empresa? Além do salário bruto que é pago, existem obrigações e impostos que devem ser considerados, além de benefícios, como vale-refeição e uniforme, por exemplo. Somando tudo, um funcionário pode custar até 183% do salário bruto.

O que é preciso para saber o custo de um funcionário?

Conhecer e entender o custo de um funcionário para a empresa impacta em diversas questões. Por exemplo: saber se é o momento mais viável para contratar pessoas e até avaliar as condições financeiras da empresa para cumprir com essas despesas.

Além de incluir questões estratégicas de custo, como encontrar formas de economizar na contratação e identificar se aquele funcionário traz um retorno para a empresa. Dessa forma, o negócio poderá encarar um crescimento com o melhor custo-benefício.

De fato, além do salário e dos impostos trabalhistas, também há outros gastos dependendo da empresa, tais como investimentos em treinamentos para as equipes.

Nesse contexto, o planejamento é fundamental. Antes de contratar um funcionário, conheça quais são os gastos para mantê-lo, de acordo com a lei.

Custo do funcionário para empresas Simples Nacional

As empresas registradas no Simples Nacional são as que tem receita bruta anual de até R$4,8 milhões (regra válida a partir de 2018). 

Esse regime foi criado, em 2007, na tentativa de facilitar a vida dos microempreendedores e pequenos empresários. Assim, os tributos pagos por eles são diferenciados, em relação às grandes empresas, e esses negócios conseguem se manter, inclusive ao contratar um funcionário.

De acordo com a legislação, empresas enquadradas nesse regime não pagam encargos referentes ao INSS patronal, salário educação, seguro acidente do trabalho (SAT) e contribuições ao SENAI, SESI, SEBRAE ou Incra.

Os encargos que entram na conta são:

Essa somatória básica indica que praticamente 40% do dinheiro gasto para custear um colaborador não vai para o seu salário, mas converte-se em imposto.

Empresas do lucro presumido

Já as empresas que se enquadram no Lucro Presumido são aquelas que faturaram até R$78 milhões no ano calendário anterior. Além disso, não atuam com atividades impeditivas para esse perfil, como bancos comerciais e de investimento, arrendamento mercantil e seguradoras.

Essas empresas, além de terem as mesmas obrigações tributárias do Simples Nacional, têm um acréscimo da alíquota de terceiros (Incra, SENAI, SESI ou SEBRAE). Além disso, o INSS patronal e outros encargos não existentes para as pequenas empresas.

Assim, no caso do Lucro Presumido, 68,2% do dinheiro que é gasto pela empresa para custear um colaborador é convertido na forma de imposto.

Outros gastos sobre o cálculo do funcionário

Certamente, além das obrigações e impostos citados, outros gastos podem fazer parte na hora de calcular o custo de um funcionário dependendo da empresa. Por isso, requer mais alguns acréscimos na hora de somar o custo do funcionário:

Mas afinal, como calcular o custo de um funcionário?

Decerto, para essas simulações, os cálculos do custo de um funcionário foram feitos considerando os tributos e descontos principais, além do vale-transporte. Mas é importante reforçar que, caso haja outros gastos, como vale-refeição e treinamentos mensais, por exemplo, eles devem entrar nessa somatória também.

Simples Nacional

Salário bruto: R$ 1.045,00

Fração de férias – R$ 116,00

Fração de 13º salário – R$ 87,05

FGTS – R$ 83,60

FGTS/Provisão de multa para rescisão – R$ 41,80

Previdenciário (férias, FGTS e Descanso Semanal Remunerado – DSR) – R$ 82,87

Vale-transporte* – R$135,30

* Considerando que a passagem tem o valor de R$4,50 e que o funcionário precisa de duas passagens por dia. Somando os 22 dias do mês, tem-se um total de R$198,00. Com o salário bruto a R$1.045,00 e descontando os 6% (R$62,70) que devem ser pagos pelo funcionário, a empresa deve arcar com R$135,30. 

Para esse exemplo, a empresa deve desembolsar, além do salário bruto, o valor de R$546,62, o que representa 52,3% a mais que o salário bruto. Sendo assim, o valor total de gasto com esse funcionário é de R$1.591,62. 

Lucro Presumido

Salário bruto: R$1.045,00

Fração de férias – R$116,00

Fração do 13º salário – R$87,05

INSS – R$209,00

Seguro Acidente de Trabalho (SAT) – R$31,35

Salário Educação – R$26,13

Incra/SENAI/SESI /SEBRAE: R$34,49

FGTS – R$83,60

FGTS (provisão mensal de multa para rescisão) – R$41,80

Previdenciário (férias, FGTS e DSR) – R$82,87

Vale-transporte – R$ 135,30 (mesmo caso do exemplo do Simples Nacional)

Nesse caso, a empresa deve desembolsar, além do salário bruto, o valor de R$847,59, o que representa 81,1% a mais que o salário bruto. Dessa forma, o valor total gasto para manter esse funcionário é de R$1.892,59. 

Em caso de empresas que têm uma alta taxa de rotatividade, calcular o custo de um funcionário tende a ser ainda maior. Isso porque os processos de contratação e demissão são onerosos. Uma dica para reduzir essa rotatividade é investir em uma estratégia de retenção de talentos.

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