Com preços nas alturas, brasileiros adotam programas de incentivo

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No trimestre encerrado em julho deste ano, a renda média real do trabalhador (descontada a inflação) recuou 2,9% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o IBGE, e com isso programas de incentivo tem sido usados como complemento de renda.

Com menor poder aquisitivo, os brasileiros nunca se endividaram tanto no cheque especial como agora.

De acordo com o Banco Central, em agosto foram concedidos R$ 38,5 bilhões de empréstimos nessa modalidade, o maior volume desde março de 2011, quando o levantamento foi iniciado.

Tal cenário fez ganhar força, entre os trabalhadores, a adoção de programas de incentivo e os benefícios trabalhistas como “parte da renda”.

Neste primeiro caso, o que antes era visto somente como um “presente” para quem batesse as metas de cada mês, que ainda existe, agora é entendido pelos colaboradores como um incremento no salário e tem sido utilizado para reduzir os impactos da inflação que corroeu o orçamento das famílias.

Segundo pesquisa da Incentivar, primeira plataforma de incentivo inteligente do Brasil, mostrou que, no primeiro semestre deste ano, a opção de receber recompensas em dinheiro, através do PIX, cresceu 80% quando comparado ao mesmo período de 2021.

Foram analisados os comportamentos de 1.836 participantes.

Ao todo, a Incentivar atende 50 empresas de médio e grande porte, o que corresponde a cerca de 34 mil colaboradores.

“A pesquisa foi realizada com essa amostra porque envolve pessoas com um maior tempo de participação nos programas ofertados na plataforma da Incentivar e porque corresponde à média de cargos e níveis hierárquicos (diretor, gerente, coordenador, vendedores) dos participantes como um todo. Ao usar essa base com uma série histórica longa, evitamos distorções. Por exemplo, participantes que acabaram de entrar e ainda não tem pontos pra resgate”, explica o CEO da Incentivar, Rodolfo Carvalho.

Programas de incentivo com resgate de vale combustível é o que mais cresce

Outro dado que chama atenção é o crescimento do resgate de vale-combustível.

De acordo com o levantamento da Incentivar, entre agosto de 2021 e agosto deste ano, os resgates totais de vouchers para este fim, considerando todos os valores disponíveis, cresceram 70,13%.

Vale lembrar que na última semana de julho deste ano, o preço médio do litro da gasolina chegou a R$ 5,74, sendo o menor valor registrado, até então, desde julho do ano passado.

Ou seja, em quase todo o período analisado pela plataforma a gasolina só aumentou de preço.

Em termos de ranking, os vale-combustível somados correspondem a 17,3% do valor total resgatado e ficam em primeiro lugar.

Os resgates via PIX estão na segunda colocação, com 15%.

Em terceiro estão os vale-presentes com 11,6%.

“Percebemos que a mudança de comportamento está relacionada diretamente às altas que a gasolina atingiu nesse intervalo, o que levou muitos a utilizarem o benefício como uma forma de amenizar o impacto em seu orçamento”, afirma Carvalho.

O CEO da Incentivar avalia que os programas de incentivo são uma nova realidade a ser considerada pelas companhias.

“Os trabalhadores já pensam no alcance das metas como um complemento de renda. Hoje, as recompensas em dinheiro, através do PIX, corresponderam a 15% dos resgates feitos na plataforma. A opção de pagamento de boletos é outra realidade que já implementamos. As empresas que querem manter suas equipes engajadas precisam de plataformas que atendam às necessidades reais de seus funcionários”, diz.

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