O BNDES registrou lucro líquido de R$ 5,5 bilhões no primeiro trimestre de 2020.
O desempenho foi apresentado nesta sexta-feira, 15, com um balanço das medidas emergenciais criadas para enfrentar a crise decorrente da pandemia do COVID-19, que ajudaram empresas onde trabalham 2,2 milhões de pessoas.
O lucro do banco de janeiro a março é atribuído principalmente ao resultado de R$ 8,5 bilhões com participações societárias, dos quais R$ 8,1 bilhões decorreram dos desinvestimentos realizados no período, com destaque para a oferta pública de ações da Petrobras, em fevereiro.
Esse efeito foi atenuado pela constituição de provisão para risco de crédito de R$ 1,7 bilhão, influenciada pela revisão das classificações de risco de empresas dos setores mais afetados pela pandemia do COVID-19.
Lucro do BNDES atingiu R$ 41 bilhões
O lucro com intermediação financeira, ou seja, com os financiamentos feitos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) , atingiu R$ 4,1 bilhões, o que equivale a um aumento de 10,1% em comparação com o primeiro trimestre de 2019.
Mesmo com o cenário de menor demanda por empréstimos no período, houve resultado positivo com disponibilidades no exterior.
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Ativos
O ativo do Sistema BNDES totalizou R$ 718,3 bilhões em 31 de março de 2020, apresentando queda de R$ 9,9 bilhões (-1,4%) no trimestre.
A redução da carteira de participações societárias para R$ 59,2 bilhões (ante R$ 111,9 bilhões no fechamento de 2019) reflete em parte a estratégia de desinvestimento (vendas de R$ 23,8 bilhões) e também os movimentos recentes do mercado, que levaram à desvalorização dos investimentos em empresas não coligadas (redução de R$ 28,8 bilhões).
A carteira de crédito líquida somou R$ 442,1 bilhões no encerramento do trimestre, representando 61,6% dos ativos totais e apresentando variação positiva de 0,7% em relação ao fechamento de 2019, quando totalizava R$ 441,8 bilhões.
A inadimplência (atrasos superiores a 90 dias), desconsiderando operações com honra da União, recuou de 0,84% em 31 de dezembro de 2019 para 0,37% em 31 de março, abaixo do índice do Sistema Financeiro Nacional (3,17%).
Fontes de recursos
O FAT se manteve como principal fonte de recursos do BNDES. No trimestre, ingressaram R$ 4,46 bilhões do FAT Constitucional e o volume de recursos do fundo com o Banco totalizou R$ 298,34 bilhões em 31 de março de 2020.
Junto com o PIS-Pasep, o FAT respondia por 44,4% das fontes de recursos do Banco.
O passivo com captações externas totalizou R$ 36,263 bilhões em 31 de março, acréscimo de 26,1% no trimestre, em função, principalmente, de efeito cambial.
Já o Tesouro Nacional encerrou o trimestre respondendo por 27,7% das fontes de recursos do BNDES.
O valor devido pelo BNDES ao Tesouro se manteve estável, atingindo R$ 199,29 bilhões em 31 de março.
No trimestre, os pagamentos ordinários totalizaram R$ 3,8 bilhões e não houve liquidações antecipadas.
Patrimônio
O patrimônio de referência, base para o cálculo dos limites prudenciais estabelecidos pelo Banco Central, totalizou R$ 167,014 bilhões em 31 de março (ante R$ 191,684 bilhões em 31 de dezembro de 2019).
O Índice de Basileia encerrou o primeiro trimestre em 35,4%, enquanto o Índice de Capital Principal (Basileia III) foi de 25,4%, níveis bastante confortáveis em relação aos 9,25% e 5,75% exigidos, respectivamente, pelo Banco Central, conforme a resolução 4783 de 16 de março deste ano*.
As demonstrações financeiras do BNDES e suas subsidiárias estão disponíveis no Portal de Relações com Investidores do BNDES
Atuação contra a COVID-19
Além dos resultados financeiros, o BNDES apresentou um balanço de suas ações emergenciais de combate à COVID-19, anunciadas em 22 de março.
As iniciativas buscam buscam preservar as atividades econômicas das empresas durante esse período, incluindo pequenas e médias empresas, além de investimentos no setor de saúde.
Em todas as suas ações emergenciais, o BNDES já soma R$ 13 bilhões em aprovações, apoiando empresas que empregam 2,2 milhões de pessoas.
Em menos de dois meses, 19 mil clientes já solicitaram a suspensão temporária de pagamentos de financiamentos junto ao BNDES, totalizando R$ 8,7 bilhões. Estima-se que essas empresas empreguem 1,62 milhão de pessoas.
Já a linha de capital de giro para micro, pequenas e médias empresas totaliza R$ 2,3 bilhões em aprovações. Por sua vez, o programa para financiamento da folha de pagamentos de pequenas e médias empresas contabiliza 73 mil operações aprovadas, totalizando R$ 1,6 bilhão.
Estima-se que o apoio dessa linha tenha contribuído para o pagamento do salário de 460,5 mil pessoas.
Até o momento, o programa emergencial que tem como foco a ampliação imediata de leitos, além de materiais e equipamentos médicos, aprovou R$ 198,2 milhões, que viabilizarão a entrega de 3.126 leitos, 500 mil novos testes rápidos de COVID-19 e 1.500 novos monitores.
A essas iniciativas se somam às seguintes, que já estão em curso:
– transferência realizada pelo BNDES de R$ 20 bilhões do PIS-Pasep para o FGTS;
– Matchfunding Salvando Vidas (www.benfeitoria.com/salvandovidas), ação de financiamento coletivo que já arrecadou R$ 9 milhões (metade desse valor aportado pelo BNDES) para compra de materiais, insumos e equipamentos para Santas Casas e hospitais filantrópicos;
– chamada pública para seleção de fundos (com aporte total de até R$ 4 bilhões do BNDES) com a finalidade de ampliar o acesso de micro e pequenas empresas ao crédito, por meio de canais não bancários, como fintechs e empresas de gestão de pagamentos por meio de máquinas eletrônicas.
O acompanhamento das medidas emergenciais de combate aos efeitos da crise provocada pela pandemia pode ser feito por meio da página www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/bndes-contra-coronavirus.
Banco de Serviços
Mesmo com a ação contracíclica do BNDES por conta da crise, o Banco segue com seu papel estruturante de viabilizar bons projetos de infraestrutura.
Quatro novos mandatos de desestatização, formalizados no primeiro trimestre de 2020, elevaram a expectativa de investimento total na economia brasileira para R$ 188 bilhões (frente a R$ 176 bilhões no fechamento de 2019), distribuídos entre as 57 iniciativas da “fábrica de projetos” do BNDES.
No caso de saneamento, a expectativa é que os projetos beneficiem 25 milhões de pessoas e gerem investimentos da ordem de R$ 52 bilhões.
Plano Trienal
De janeiro a março de 2020 a atuação do BNDES no setor de educação básica ou profissionalizante deve beneficiar 64 mil alunos em municípios dos estados de Tocantins, Pará, Bahia, Rio de Janeiro e Paraná, o que corresponde a 64% da meta estabelecida para 2020 e 6,4% da estabelecida pelo Plano Trienal até 2022.
Outro destaque do Plano Trienal é o investimento em energias renováveis. Até abril, o Banco já financiou a geração de 360 MW, 72% da meta para o ano e 18% da meta para 2022. No campo da saúde, até março, o BNDES realizou a entrega de uma unidade que atende ao SUS.
A meta é que esse número chegue a 30 até o fim deste ano e 150 em 2022.