Bens de luxo compartilhados: veja como funciona

Bens de luxo compartilhados

Descubra o que são os bens de luxo compartilhados

Bens de luxo sempre foram vistos como um símbolo de status. No entanto, o luxo moderno está sendo redefinido a partir das mudanças nas tendências de consumo. Em vez de ser dono exclusivo de um produto ou uma propriedade, o que as pessoas da geração Y e Z têm priorizado são as experiências. Elas estão cada vez mais satisfeitas em aderir aos bens de luxo compartilhados, que inclui itens como embarcações, casas, apartamentos e aeronaves.

Para que serve o compartilhamento de bens de luxo?

Basicamente, o que acontece é que essas pessoas querem ter acesso ao alto padrão, mas não almejam ser os donos exclusivos daquilo. Outra questão é que o compartilhamento de bens de luxo dá acesso a produtos e propriedades que as pessoas em geral muito provavelmente não conseguiriam pagar de forma individual ou, simplesmente, não fazem questão alguma de investir um grande montante de dinheiro para ter aquilo somente para si.

Segundo o material Luxury goods worldwide – market study (Bens de luxo em todo o mundo – estudo de mercado), elaborado pela consultoria Bain & Company, a geração Y e a Z já respondem por 30% das vendas globais de luxo e estão no ritmo de atingir 45% até 2025. Para muitos desses consumidores, as propriedades são superestimadas. Isso se aplica também aos bens de consumo mais simples: Por que comprar DVDs quando você pode assisti-los via Netflix? Por que ter um carro quando há disponível o serviço de Uber?

Como funciona o mercado da co-propriedade no compartilhamento de bens de luxo

No Brasil os principais bens de luxo compartilhados envolvem aeronaves, embarcações e imóveis de férias. Confira a dinâmica de cada um desses itens para entender como funcionam os bens de luxo compartilhos.

Compartilhamento de imóveis de luxo para férias

Ser proprietário de um apartamento em um resort de luxo ou de uma mansão em um lugar litorâneo do Brasil em um primeiro momento pode parecer algo impossível para qualquer pessoa de classe média no país. A questão é que essa realidade começou a mudar quando o conceito de propriedade compartilhada chegou ao Brasil.

Imóveis que custariam milhões, se comprados individualmente, hoje em dia estão divididos em frações para compra, possibilitando que diversas pessoas adquiram e usufruam do mesmo imóvel. Cada uma dessas frações dá direito ao proprietário ficar hospedado naquele lugar durante um determinado período no ano.

Essa é uma das alternativas que estão em alta entre as famílias e casais que querem dispor de um imóvel de férias. Porém, por algum motivo não querem arcar sozinhos com os custos. 

Outra grande vantagem dos imóveis compartilhados é que muitos deles estão vinculados a empresas que permitem fazer intercâmbio entre as propriedades.

Compartilhamento de aeronaves

Quem viaja com bastante frequência (semanalmente ou diariamente) sabe muito bem das inconveniências, entre elas taxas extras que disfarçam o custo real da viagem, assentos apertados, horários limitados e cancelamentos e atrasos frequentes. Esses pontos fazem com que cada vez mais pessoas tenham aderido às viagens com aeronaves particulares, fretando ou participando de um programa de propriedade compartilhada.

Enquanto muitos viajantes preferem fretar aeronaves particulares, outros decidiram que a propriedade fracionada de seu próprio avião é a melhor alternativa. Especialistas recomendam que aquelas pessoas que voam mais de 50 horas por ano ou têm voos frequentes com menos de duas horas, devem considerar adquirir uma fração de uma aeronave em vez de fretar aviões particulares, por ser economicamente mais viável.

Uma aeronave não comercial tradicional voa cerca de 800 horas por ano. Geralmente, o programa de fracionamento da aeronave divide essas horas em cotas. Exemplo: 1/16 ou 1/32 cotas (50 ou 25 horas de voo por ano). Uma pessoa que voa mais de 50 horas por ano pode negociar e comprar mais de uma fração.

Compartilhamento de embarcações

Os proprietários de barcos costumam dizer que os dois melhores dias de suas vidas são o dia em que compraram o barco e o dia em que conseguiram vendê-lo. Isso acontece porque poucos proprietários de barcos aproveitam ao máximo seu patrimônio, eles usam, em média, 20 dias ao ano.

O problema é que mesmo sem uso os custos da propriedade continuam correndo mensalmente (manutenção, armazenamento e seguro). Isso explica por que a propriedade de iates de luxo e barcos a motor tem sido tradicionalmente limitada a quem tem muito dinheiro.

As embarcações fracionadas funcionam de forma semelhante às aeronaves, o que muda é que em vez de horas são diárias. A maioria dos programas de participação fracionária em embarcações têm um prazo de validade, durante o qual o ativo vai depreciando. No final do prazo, o ativo é vendido e o produto é distribuído proporcionalmente aos proprietários das frações.

5 coisas para levar em consideração antes de fechar uma compra compartilhada

O termo compra compartilhada tem ficado cada vez mais familiar no Brasil. Ele diz respeito a uma modalidade para aquisição de bens, como imóveis, embarcações e aeronaves. Nesses casos, funciona da seguinte forma: o proprietário adquire uma fração do valor do bem, o que lhe permite usar por uma quantidade de horas ou dias, dependendo do que foi adquirido e das regras do contrato.

Um dos motivos que tem feito as pessoas considerarem a opção de compra compartilhada é o fato de economizar, principalmente ao levar em consideração o alto custo de aquisição e manutenção de um bem. Afinal, quando se é o único proprietário o montante de despesas maximiza.

No entanto, para usufruir dos benefícios que uma compra compartilhada pode proporcionar, além de ficar longe de imprevistos, é bem importante estar atento aos cinco principais pontos antes de fechar o negócio.

1- Cheque a reputação da empresa responsável pela negociação

Felizmente, hoje em dia, por meio dos recursos tecnológicos ficou mais fácil verificar a idoneidade de empresas e pessoas. Mesmo que o profissional que esteja negociando a compra compartilhada transpareça confiança, não abra mão de pesquisar sobre a empresa. Entre as medidas que você pode tomar estão:

Algo que também pode contribuir é procurar indicações de amigos e conhecidos que usufruam da modalidade de compra compartilhada para saber com quem eles negociaram e como está sendo a experiência.

2- Leia e entenda bem o contrato dos bens de luxo compartilhados

Embora os alertas sobre a importância de ler minuciosamente qualquer contrato sejam muitos, é bem comum deparar-se com pessoas que mencionam não ter prestado atenção no documento por completo e, mesmo assim, assinaram.

Ao comprar um imóvel compartilhado, por exemplo, o fato de não estar por dentro das regras em relação ao período de utilização pode fazer com que você se programe para utilizá-la em determinada data, a qual não estava previamente definida e, então, não consiga usufruir do local.

Geralmente, os bens compartilhados possuem um calendário rotativo. É bem importante entender as regras e questionar caso haja qualquer dúvida. O mesmo cuidado vale sobre entender o rateio de manutenção e como funciona caso você queira vender a sua fração futuramente.

Lembre-se: com regras bem definidas e com o planejamento de uso bem claro, formalmente registrado, tudo tende a sair conforme o previsto.

3- Assegure-se de que um profissional responsável cuida das questões administrativas

Investir o dinheiro é apenas um dos itens que envolvem a compra compartilhada. Para facilitar que as regras constantes no contrato se mantenham em dia, é bem importante garantir que exista um profissional responsável pelas tarefas administrativas.

No caso das propriedades compartilhadas, por exemplo, é bem corriqueiro contar com administradoras do próprio empreendimento, elas são responsáveis por tarefas como:

4- Confira se o bem compartilhado tem seguro

O seguro é mais um dos pontos essenciais, principalmente quando se trata de uma compra compartilhada. Embora a intenção é de não precisar utilizá-lo, o fato de saber que ele está disponível traz, literalmente, segurança. O fato de ratear com os demais proprietários torna ainda mais vantajoso.

Hoje em dia os seguros estão cada vez mais completos. No caso dos seguros residenciais, por exemplo, além de cobrir questões como incêndio, raio, danos elétricos, roubo e furto qualificado, vendaval e granizo, eles incluem assistência 24 horas (chaveiro, eletricista, vidraceiro e encanador).

5- Analise e avalie todos os custos envolvidos e confira se cabe em seu orçamento

Colocar na ponta do papel cada um dos custos presentes na compra compartilhada é bem importante para garantir que a negociação o deixe satisfeito também a médio e longo prazo. Reflita sobre os seus planos futuros e de que forma essa aquisição vai de encontro a eles.

Utilizando como exemplo uma propriedade de segunda residência, entre os custos mensais estão condomínio, internet, funcionários, luz e TV a cabo. A principal vantagem de adquirir um bem na modalidade de compra compartilhada é justamente a redução dos custos. Tudo se torna mais acessível, desde o valor inicial necessário para efetuar o negócio até o que é preciso desembolsar para suprir custos fixos e manutenção, que normalmente são repassados em uma única tarifa para os proprietários.

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