Pioneira no mundo em tokenização de commodities agrícolas, a startup argentina Agrotoken acaba de implementar sua operação no Brasil e projeta digitalizar cerca de 100 mil toneladas de grãos no país até dezembro de 2022.
A primeira operação em território nacional já foi realizada, em parceria com a plataforma brasileira AgroGalaxy, com a transformação de 2 mil toneladas de soja em 2 mil ativos digitais fungíveis, por meio da rede Polygon.
Agora, a empresa acaba de abrir seu escritório em São Paulo, no Cubo Itaú, com parcerias firmadas com a Visa, a Pomelo e a Algorand para implementar um cartão para o setor agrícola, que permitirá aos agricultores realizar pagamentos com grãos tokenizados.
Para 2023, a perspectiva da Agrotoken é de tokenizar 1 milhão de toneladas de ativos digitais.
“Estamos muito otimistas com a chegada ao Brasil, reconhecidamente um dos mercados de agronegócio mais desenvolvidos do mundo. Nosso foco, agora, é chegar aos pequenos e médios produtores rurais, às cooperativas, aos distribuidores e apresentar nosso modelo de negócio inovador, que irá facilitar o acesso ao crédito digital e possibilitar a democratização no campo”, comenta Eduardo Novillo Astrada, CEO e cofundador da Agrotoken.
A tecnologia da Agrotoken vai permitir realizar diversas operações por meio de ‘grãos digitais’, desde pagamentos cotidianos a compras de grandes insumos, como caminhões, equipamentos agrícolas e fazendas. Além disso, os clientes poderão fazer consultoria em tempo real sobre o índice de valor de grãos e solicitar empréstimos”, acrescentou.
A startup compreende diversas diferenças em relação às demais criptomoedas.
Primeiramente, os tokens são fungíveis e integralmente lastreados por ativos físicos, legitimando sua garantia financeira.
“No ato da emissão, a plataforma realiza uma compensação em volume do montante correspondente ao lastro e ao montante em tokens, na proporção de 1 para 1 – isto é, 1 token equivale a 1 tonelada de ativo físico agrícola, como soja, milho e trigo”, explica Anderson Nacaxe, diretor da Agrotoken no Brasil.
Ao contrário dos NFT (Non Fungible Tokens), que são vinculados à origem da emissão do ativo físico, os tokens da Agrotoken têm valor idêntico em todo o território nacional, independentemente de onde e por quem foi emitido.
Ou seja, os tokens mantêm valor comum, conforme preço indexado em índices aceitos pelo mercado para cada commodity, como Esalq, CEPEA/B3, Argus, Platts e safras e mercados, sendo publicado em tempo real na plataforma.
“Além de pulverizar o risco dos lastros, isso permite a utilização do token em pequenas frações negociáveis em todas as regiões e em toda a rede varejista e industrial que aceita a Agrotoken e, em breve, por meio de pagamentos digitais no cartão de crédito Visa. Também pode ser utilizada para captar recursos diretamente de investidores e como lastro para operações de crédito no sistema financeiro tradicional”, completa Nacaxe.
Anunciada em maio, a parceria inovadora com a Visa estará acessível para uso no Brasil em outubro e une duas soluções.
Por um lado, ativos criptográficos seguros e lastreados e, por outro lado, a escala tecnológica e a aceitação que a Visa proporciona.
“Em posse do cartão, nossos clientes podem pagar compras, sem a necessidade de intermediários, em mais de 80 milhões de estabelecimentos conveniados no mundo. Além disso, o agricultor poderá manter registro de todas as suas transações, facilitando a sua contabilidade e a tomada de decisões”, diz o CEO Eduardo Novillo Astrada.
Sobre a Agrotoken
A Agrotoken é a primeira empresa de tokenização de commodities agrícolas no mundo, cujo objetivo é permitir que os produtores rurais transformem seus grãos armazenados em criptomoedas, habilitados para realizar diversas operações financeiras, desde o pagamento de fertilizantes e sementes até o de equipamentos robustos e fazendas.
Com tecnologia blockchain 100% digital, a startup de origem argentina passou a atuar no Brasil em abril de 2022.