Agenda da semana com os principais fatores que impactam a economia mundial e nacional

Foto: Divulgação

O PIB da China referente ao 2º trimestre de 2023 deve apresentar desaceleração importante em comparação ao trimestre anterior.

Após os resultados fracos de maio e sem surpresas em junho, o gigante asiático deve registrar um crescimento menor no segundo trimestre de 2023.

Esse movimento deve se manter nos trimestres seguintes e pode contribuir para um crescimento mais fraco ao final do ano. A S&P Global, por exemplo, já reduziu a previsão de crescimento do PIB da China em 2023, de 5,5% para 5,2%.

A mudança nas expectativas se dá em função da confiança fraca entre os consumidores e no mercado imobiliário. A ausência de estímulos mais claros também deve aumentar o risco para o crescimento do país.

●       O IBC-Br referente ao mês de maio deve apresentar desaceleração, com potencial de entrar no campo negativo.

É sempre importante lembrar que o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) é calculado a partir de algumas proxies, como a arrecadação de impostos, as vendas no varejo, o crédito bancário, a produção industrial e outros fatores que influenciam a atividade econômica do país.

Considerando o desempenho do varejo e do crédito, por exemplo, vimos uma perda de tração importante, sendo que o varejo registrou queda em abril (-0,1%) e em maio (-1%).

O número de inadimplentes continua em trajetória de alta, segundo o Serasa (71,9 milhões), contribuindo negativamente para a dinâmica do crédito.

O desempenho do setor de serviços (+0,9% em maio) e da indústria (+0,3% em maio) podem ser elementos que venham a dar mais dinamismo à atividade econômica.

●       A segunda prévia do IGP-M manterá a tendência de desaceleração dos preços no país.

A exemplo do que vimos no IPCA de junho, cujo resultado mostrou a primeira deflação de 2023 (-0,08%) e a primeira prévia do IGP-M, que recuou 1,29% após cair 1,95% na mesma leitura de junho, há indícios suficientes para avaliar que a segunda prévia do IGP-M manterá a tendência, com chances de apresentar uma variação maior do que a primeira.

●       A inflação ao consumidor no Reino Unido pode acelerar novamente.

Atualmente em 8,7% ao ano, a inflação da terra do Rei Charles III ainda é motivo de preocupação para as autoridades monetárias do país.

Após o recente aumento no nível de salários, o presidente do Banco da Inglaterra (BoE) Andrew Bailey declarou que esse aumento é incompatível com a atual meta de inflação.

Além disso, Bailey também destacou que, apesar das últimas altas de juros, o sistema financeiro tem se mostrado resiliente e que o ciclo de alta ainda não acabou.

É possível que ainda ocorram novas altas de preços e de juros à frente.

●       O Banco Popular da China pode reduzir a sua taxa preferencial de empréstimo (TPE) na próxima reunião.

A TPE é a taxa de referência para os empréstimos e financiamentos no gigante asiático. Considerando as perspectivas para a atividade econômica, a autoridade monetária pode optar por mais um corte com o objetivo explícito de estimular o consumo no país.

O caso é bastante peculiar, pois vai na contramão do mundo: enquanto boa parte dos países está lutando para combater a alta de preços, a China está com inflação praticamente zero e os preços aos produtores registraram um declínio fortíssimo em junho (-5,4%).

Esses elementos podem embasar uma nova redução de dez pontos-base dos juros – de 3,55% para 3,45%.

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