4 estratégias para aumentar a vida útil operacional dos transformadores

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Os transformadores de energia estão entre os recursos mais caros de uma subestação de energia, representando 60% do investimento total.

Eles também são essenciais para garantir o fornecimento de eletricidade confiável em toda a rede de elétrica, da geração à distribuição.

A análise de gás dissolvido (DGA, Dissolved gas analysis) tem sido usada há décadas para avaliar a condição dos transformadores.

É o único método que pode detectar e identificar várias falhas internas ao mesmo tempo durante a operação normal.

1 Monitorar as tendências dos gases

É fundamental ficar de olho nas tendências dos gases dos transformadores. A diferença entre a amostragem de óleo off-line e o monitoramento online é como comparar um filme com uma foto.

O monitoramento off-line é basicamente uma verificação pontual do transformador, em que se obtém uma noção precisa de sua condição.

No entanto, os resultados de laboratório mostram apenas o estado do transformador no momento em que a amostra foi coletada.

A DGA online é diferente porque registra dados de maneira contínua, dando uma visão geral completa da condição do transformador em tempo real.

Dessa forma, é possível identificar problemas e implementar medidas corretivas rapidamente.

Como todo transformador é diferente, os valores para cada gás de falha podem ser diferentes dos valores típicos nos padrões estabelecidos por organizações, como IEC e IEEE, sem causar problemas.

É importante lembrar que esses valores podem variar bastante dependendo de múltiplas variáveis — desde fatores externos, como clima e ambiente, até fatores internos, como carga do transformador ou falhas que surgem rapidamente.

Seria impossível identificar essas variações sem a capacidade de acompanhar o histórico de cada gás de falha individualmente.

As tendências dos gases são os indicadores mais importantes da integridade do transformador, e monitorá-las requer uma tecnologia de medição altamente estável, de preferência uma que seja autocalibrável.

2 Manter o óleo do transformador seco

A umidade diminui a rigidez dielétrica do óleo isolante. Dito de maneira simples, trata-se da tensão de ruptura e os meios de monitorá-la e controlá-la.

A umidade também acelera o envelhecimento do papel isolante, diminuindo ainda mais a rigidez dielétrica.

As temperaturas flutuam constantemente devido à carga do transformador e às condições do ambiente, levando a uma troca contínua de umidade entre o papel isolante e o óleo.

Isso dificulta a definição do tempo ideal de amostragem para análise laboratorial.

O monitoramento contínuo da umidade em óleo é o segredo para manter o transformador o mais seco possível e, assim, aumentar a vida útil operacional.

O monitoramento de umidade em tempo real, usando tecnologia de sensor capacitivo, mostra a verdadeira dinâmica de umidade sob condições operacionais.

Além disso, a saturação de umidade relativa é uma indicação direta se a rigidez dielétrica foi comprometida devido à umidade.

3 Manter o transformador sem oxigênio

A detecção precoce de vazamentos de ar ajudará a evitar problemas maiores no futuro.

A falta de oxigênio é uma das principais causas da degradação do papel isolante em um transformador e pode encurtar sua vida útil, portanto, manter sem oxigênio é fundamental.

Projetos de transformadores selados foram introduzidos para manter o oxigênio fora do sistema de isolamento.

No entanto, se as junções ou o saco de borracha começarem a romper com o tempo ou forem mal instalados no início, o ar ambiente contendo oxigênio poderá entrar no transformador e acelerar o envelhecimento do isolamento de papel.

Mas medir o oxigênio online é difícil e desnecessário. Em primeiro lugar, isso ocorre porque o oxigênio não é um gás de falha do transformador, o que significa que sua presença não é um indicador confiável de falha.

Em segundo, o oxigênio não é formado no transformador — ele é proveniente do ar ambiente.

Em terceiro lugar, o oxigênio pode ser consumido em reações que ocorrem dentro do transformador, o que significa que pode haver uma entrada de ar, mesmo que o sensor de oxigênio não esteja captando leituras.

Para resolver esse problema, é necessário monitorar a pressão total de todos os gases dissolvidos no óleo do transformador.

Quando o ar ambiente começa a entrar, a pressão total de todos os gases aumenta rapidamente. Como o ar contém 78% de nitrogênio, será óbvio determinar se o transformador está com entradas de ar, mesmo que todo o oxigênio vazado seja consumido em uma reação.

Afinal, o nitrogênio causa a maior parte do aumento de pressão. Essa percepção está por trás do método exclusivo, intuitivo e extremamente robusto da Vaisala de detectar entradas de ar — o método de pressão total do gás (TGP, Total Gas Pressure).

Ao detectar entradas de ar com antecedência, é possível realizar a manutenção em tempo hábil e prolongar a vida útil do transformador.

4 Otimizar a estratégia de manutenção

Os ativos críticos da rede são normalmente protegidos por meio de várias estratégias de manutenção devido ao alto impacto das avarias.

Manutenção corretiva nada mais é do que deixar os componentes funcionarem até falharem e, em seguida, repará-los ou substituí-los.

Não é uma estratégia e aumenta os custos desnecessariamente.

Por outro lado, a manutenção preventiva visa reduzir o risco de avarias ou evitar que ocorram.

Métodos como a manutenção baseada no tempo (substituição de componentes em intervalos definidos antes do fim da vida útil) e a manutenção baseada na condição (inspeção da condição dos componentes e substituição quando necessário) têm sido por décadas o ponto central das estratégias de manutenção das concessionárias, e há pouco espaço para melhorias ou otimização.

A manutenção preventiva representa um grande avanço. As estratégias preventivas ajudam a prolongar a vida útil do equipamento e reduzir os custos de manutenção.

O monitoramento contínuo da condição, como a DGA online, pode ser executado enquanto o ativo está em uso normal e grandes quantidades de dados valiosos sobre a condição podem ser coletados com pouco esforço humano.

A automação das condições de monitoramento fornece uma visão geral abrangente da condição dos transformadores de energia em todos os momentos, permitindo prever com segurança o que precisa de manutenção e identificar o momento ideal para realizar esse trabalho.

Por fim, é preciso levar em consideração o custo total de propriedade (TCO, Total Cost of Ownership) da sua configuração de monitoramento.

Quanta manutenção é necessária e qual é o custo anual? Esse é um fator importante ao realizar cálculos de TCO.

A comparação de soluções com base apenas no preço de compra inicial pode resultar em um TCO surpreendentemente alto; uma solução de menor manutenção será mais econômica.

Por Madjid Ouali – Diretor para a América Latina e Caribe da Vaisala

Sobre a Vaisala

A Vaisala é líder mundial no desenvolvimento de tecnologias de medição para diversos setores, incluindo o farmacêutico, dispositivos médicos, alimentos e bebidas, entre outros.

Com soluções confiáveis e inovadoras, a Vaisala ajuda as empresas a alcançarem a conformidade regulatória, garantindo a qualidade e a segurança dos seus produtos.

Com sede na Finlândia, a Vaisala emprega mais de 2.000 profissionais em todo o mundo e está listada na bolsa de valores Nasdaq Helsinki.

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