Variação na inflação gera precauções em investidores

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A pandemia fez com que muitos países, a exemplo do Brasil, apoiassem as suas economias, isto através de política fiscal, com incentivos e, através de atuação dos Bancos Centrais injetando recursos nas economias e, reduzindo drasticamente os juros, então gerando estímulos monetários.

De acordo com o Fabio Figueiredo Filho, assessor de investimentos da Messem, com a vacinação e abertura das economias, todo este apoio acaba gerando disfuncionalidades.

“A preocupação do mercado financeiro global é quando este apoio fiscal e monetário vai chegar gerar inflação, isto porque com isto os Bancos Centrais, neste caso, terão que rever sua política de estímulos monetários, o que já está acontecendo no Brasil, o BC começou em março a subir a taxa Selic, segundo o Banco Central, estes ajustes visam retirar parcialmente os estímulos monetários da economia”, explica.

No mês de abril, IPCA ficou em 0,31%, enquanto nos últimos 12 meses a inflação acumulada foi de 6,76%, acima da meta de 2021 que é de 3,75%.

Segundo Figueiredo Filho, apesar de ter desacelerado em abril, em março a inflação IPCA ficou em 0,93%, existem algumas precauções que podem ser tomadas para proteger os investimentos durante esse período.

“O ideal é diversificar os investimentos, procurar quais são as opções de renda fixa, pós-fixadas e ativos indexados à inflação. Lembrando que, pelo relatório FOCUS a expectativa para 2021 é acima de 5,10%. Cabe ressalvar também que o ambiente externo voltou a ficar favorável para economias emergentes, isto se deve a expectativa de crescimento das economias desenvolvidas, juros baixos e liquidez abundante, não esquecendo dos preços das comodities que continuam em alta.”, pondera.

No mês de abril, o real apreciou 3,5% frente ao dólar, encerrou o mês acima de cinco reais, desempenho superior ao dos pares emergentes. Para o especialista, a resolução do orçamento público de 2021, mesmo que de modo parcial, a discussão de uma agenda mínima econômica e fluxo de entrada de divisas proporcionou apreciação da moeda nacional.

“Existe uma previsão de que até o fim deste ano, a taxa de câmbio feche em R$ 5,30. Entretanto, entendemos que em pouco tempo o real possa ficar mais apreciado do que esse valor. A projeção é de que em 2022 o dólar fique na casa dos R$ 5,10”, estima.

Recuperando o fôlego

Após o aumento da Selic, a economia brasileira tem se mostrado resiliente em meio a um quadro difícil de pandemia e, à redução dos auxílios do governo, prova disto foi o índice IBC-BR publicado em maio, pelo BC, da qual o mercado esperava uma queda de 3,75% de março em relação a fevereiro, entretanto, ficou em 1,60%, com atividade positiva no primeiro trimestre de 2021 em 2,30%.

“Apesar da má alocação das despesas discricionárias, as fontes de riscos que pesaram no primeiro semestre aliviaram a partir de abril. Acredito que o ponto central hoje deveria ser a vacinação, quanto mais cedo ocorrer mais rápido a economia recupera e, gera sentimento positivo quanto a questão fiscal do país”, acrescentou.

A projeção para o PIB desde ano mudou de 3,2% para 4,1% e de 1,8% para 2,0% para 2022. Com relação à inflação, a projeção de IPCA passa de 4,9% para 5,4% em 2021 e 3,5% em 2022.

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