O real registrou valorização na sessão de hoje, impulsionado por dados econômicos dos Estados Unidos que reacenderam as preocupações sobre uma desaceleração da economia americana.
Desaceleração Econômica dos EUA e Impactos nos Indicadores
O índice ISM da indústria de março apresentou resultados abaixo das expectativas, retornando à zona de contração. Esse movimento foi causado, em parte, pela fragilidade nos novos pedidos, que atingiram o menor nível desde maio de 2023.
Além disso, o relatório JOLTS de fevereiro, sobre o mercado de trabalho, também trouxe dados abaixo do esperado, com a quantidade de vagas de emprego caindo para o nível mais baixo desde dezembro de 2023.
Queda nos Rendimentos dos Títulos do Tesouro e Reflexos no Mercado
Esses indicadores afetaram diretamente os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, que apresentaram uma queda significativa nesta sessão. O rendimento dos títulos de 10 anos recuou cerca de 6 pontos-base, um reflexo das preocupações com a economia.
Esse movimento endossa declarações feitas por Thomas Barkin, presidente do Fed de Richmond, que indicou que o mercado de títulos está, de maneira crescente, precificando uma possível recessão nos Estados Unidos.
Fatores Internos: A Postura do Banco Central Brasileiro e Expectativas de Juros
A queda nos rendimentos dos títulos americanos contribuiu para a valorização do real, tornando a moeda brasileira mais atrativa para investidores. Esse movimento é reforçado pela postura do Banco Central brasileiro, que, ao longo de março, reiterou seu compromisso com a convergência da inflação para a meta.
Como resultado, o mercado de juros local começou a precificar uma taxa SELIC em torno de 15% a partir do segundo semestre de 2025. Esse cenário torna o Brasil mais atrativo para estratégias de carry trade, que se beneficiam do diferencial de juros entre o Brasil e os Estados Unidos.
Desempenho das Commodities e Influência no Mercado Cambial
Adicionalmente, o desempenho das commodities brasileiras também influenciou o movimento do real. As principais exportações do país, como minério de ferro, soja e café, apresentaram valorização, o que melhorou os termos de troca do Brasil e pressionou o dólar para baixo.
Esses fatores, em conjunto, resultaram na valorização do real frente ao dólar, destacando-se como um reflexo das condições econômicas internas e externas que influenciam o mercado cambial.