Vale a pena investir em imóveis?

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Do “investidor de primeira viagem” até os mais experientes, é essencial planejar, avaliar riscos e rentabilidade ao escolher a melhor forma de investir seu dinheiro.

Em meio a tantas opções e oscilações de mercado, uma pergunta sempre ronda a cabeça dos investidores.

Afinal, vale a pena investir em imóveis? Para ir direto ao ponto e simplificar a história, o CEO da construtora e incorporadora RL Costa, Renato Costa, vale-se da velha máxima: “quem compra terra não erra”.

Mas, será que o mesmo se aplica aos imóveis?

Os números mostram que sim.

Em 2021, o mercado imobiliário superou a crise e cresceu. Segundo estudo da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) e da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o número de lançamentos subiu 27% no ano passado em relação a 2020. Já as vendas subiram 4%.

Mercado sempre vantajoso

Renato Costa explica que o mercado de imóveis está sempre em alta por causa do déficit habitacional que, conforme a Fundação João Pinheiro, está em 5,8 milhões de moradias no Brasil (ano base de 2019/divulgação em 2021).

É fato, também, que o mercado é cíclico, e há fases em que a procura diminui — contextos de incertezas como eleições, pandemia etc — quando as pessoas costumam postergar decisões grandes como a compra de um imóvel.

Porém, assim que a incerteza passa, a demanda aumenta novamente.

“Independentemente das oscilações do mercado, há sempre pessoas casando, separando, saindo da casa dos pais, querendo morar mais perto do trabalho. Hoje, o mercado não comporta essas demandas, principalmente próximo aos grandes centros, que têm mais pontos comerciais”, explica Renato.

Ele ressalta que a tendência é de que a população opte cada vez mais por morar próximo ao trabalho, seja por questões econômicas (preço da gasolina e manutenção do carro), ou por comodidade (ter mais tempo para a vida pessoal).

Estudo da Brain Inteligência Estratégica, consultoria especializada no mercado imobiliário, aponta que o item mais importante para os brasileiros na decisão de compra de imóveis é a localização (81%).

Na pesquisa divulgada neste ano, 71% dos entrevistados estariam dispostos a pagar mais por um imóvel que proporcione morar mais perto do trabalho.

Perfis de investidor em imóveis

Segundo o CEO da RL Costa, o mercado imobiliário abarca especialmente os perfis de micro investidor e investidor. O primeiro é atraído pela rentabilidade do investimento, mas precisa financiar a compra do imóvel.

Já o investidor revende o imóvel pronto e reinveste o capital.

Para quem decide colocar o imóvel para alugar e gerar renda passiva, a rentabilidade é maior quando comparada aos investimentos de renda fixa, como poupança ou CDB.

Isso porque, com o aumento dos insumos para a construção civil, o valor dos aluguéis subiu muito, também acompanhando o IGP-M.

Vale a pena investir em imóveis de alto padrão?

O mercado imobiliário sente menos os reflexos de cenários de instabilidade econômica.

Entre os motivos estão o alto poder de compra dos consumidores e a razão dessas aquisições.

“Elas são motivadas, em sua maioria, mais por questões de status, estilo de vida e valor emocional do que pelo preço. Por isso o mercado de alto padrão não absorve tanto as incertezas do contexto econômico”, explica Renato Costa.

As vendas de apartamentos de alto padrão bateram recorde nos primeiros nove meses de 2021, segundo a Brain.

Em janeiro e setembro do ano passado, os lançamentos aumentaram 81% em relação aos mesmos meses de 2020.

Na área imobiliária brasileira em geral, os lançamentos cresceram 30% na mesma base de comparação.

Para o diretor da RL Costa, a perspectiva para o mercado pós-pandemia é positiva.

“Apesar de a Taxa Selic tender a subir em curto prazo, no médio prazo a tendência é de baixa. Com o término do período eleitoral e a superação progressiva da pandemia, espera-se a volta da confiança dos investidores, consumidores e demais agentes econômicos”, avalia.

Formas modernas de investimento em imóveis

O financiamento coletivo (crowdfunding) é uma das formas mais modernas de captação de recursos para tirar grandes projetos do papel, com mais flexibilidade do que as maneiras tradicionais de financiamento.

O crowdfunding é uma evolução da famosa “vaquinha”, que, agora, é potencializada por plataformas online visando o ganho coletivo e algum retorno para a sociedade, indo além dos lucros dos próprios investidores.

Um exemplo bem-sucedido dessa modalidade foi o financiamento coletivo do edifício Lúcio Soares, condomínio sustentável lançado em 2020, no bairro Santo Antônio, em BH. Ele foi feito em parceria com a plataforma da Vanguard Investimentos e, em menos de 3 horas, foram captados R$ 824 mil para viabilização do projeto.

O retorno para os investidores será feito neste mês de maio, um mês antes do vencimento da aplicação de 18 meses.

“O objetivo do crowdfunding é desburocratizar investimentos maiores para pessoas que não são habituadas ao mercado financeiro tradicional”, esclarece Renato Costa.

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