O aguardado encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, terminou nesta sexta-feira (15) sem a assinatura de qualquer acordo sobre a guerra na Ucrânia.
Após quase três horas de reunião, realizada na base militar de Elmendorf-Richardson, Trump afirmou que houve “progresso”, mas admitiu que “não chegamos lá”.
Declarações oficiais
Em pronunciamento conjunto, Trump descreveu o diálogo como “extremamente produtivo” e disse acreditar haver “uma chance muito boa” de avanços futuros. O republicano prometeu ainda entrar em contato com líderes da Otan e com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
Putin, por sua vez, chamou o encontro de “ponto de partida para a resolução do conflito” e declarou estar “sinceramente interessado” em acabar com a guerra, embora tenha insistido na necessidade de “eliminar as causas primárias” do conflito — referência às exigências russas de manter controle sobre territórios ocupados.
A coletiva terminou sem perguntas da imprensa e com uma frase simbólica de Putin, em inglês: “Next time in Moscow” (“Na próxima vez, em Moscou”).
Reações e análises
Correspondentes internacionais avaliaram que o resultado fere a imagem de Trump, que havia prometido encerrar a guerra “em até 24 horas” após assumir o cargo. Anthony Zucker, da BBC, destacou que o desfecho “fere o prestígio doméstico e internacional” do presidente, que havia garantido haver apenas 25% de chance de fracasso no encontro.
Apesar da ausência de um acordo, analistas ressaltam que aliados europeus e autoridades ucranianas receberam com alívio o fato de que Trump não ofereceu concessões unilaterais que pudessem comprometer futuras negociações.
Bastidores e simbolismo
O clima do encontro foi marcado por gestos de cordialidade. Putin chegou a recusar sua própria limusine e embarcou no veículo presidencial americano ao lado de Trump — movimento interpretado como sinal de confiança.
Participaram da reunião, ao lado de Trump, o Secretário de Estado Marco Rubio e o enviado especial Steve Witkoff. Do lado russo, estiveram presentes o chanceler Sergei Lavrov e o conselheiro Yuri Ushakov.
Segundo Vitaliy Shevchenko, do BBC Monitoring, embora o encontro tenha sido descrito como “franco e amistoso”, a fala de Putin revela que a Rússia segue determinada a enfraquecer a Ucrânia como Estado independente.