O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desembarcou nesta sexta-feira (15) em Anchorage, no Alasca, para uma reunião com o presidente russo, Vladimir Putin, marcada para ocorrer na Base Conjunta Elmendorf-Richardson às 15h30 (horário de Washington).
Inicialmente planejado como um encontro privado entre os dois líderes, a Casa Branca informou que a reunião passará a contar com a presença de dois representantes adicionais de cada país. Pelo lado americano, participarão o secretário de Estado, Marco Rubio, e o enviado especial Steve Witkoff. A porta-voz Karoline Leavitt não especificou o motivo da mudança.
Trump declarou a jornalistas a bordo do Air Force One que “não há nada definido em pedra” em relação às expectativas do encontro, mas reafirmou que não haverá retomada de negócios entre EUA e Rússia “até que a guerra seja resolvida”. O presidente disse esperar um cessar-fogo “o mais rápido possível” e destacou: “Não vou ficar feliz se não for hoje.”
A agenda oficial inclui a reunião bilateral, um almoço com as delegações e uma coletiva de imprensa conjunta. Pouco antes de decolar de Washington, Trump publicou no Truth Social a mensagem “HIGH STAKES!!” (“Altas apostas!!”).
Em outra publicação, o presidente revelou ter conversado com Aleksandr Lukashenko, presidente da Bielorrússia e aliado de Putin, para agradecer pela libertação de 16 presos políticos em julho e discutir o encontro com o líder russo.
A Casa Branca classificou a reunião como um “exercício de escuta” solicitado por Putin, com o objetivo de compreender melhor possíveis caminhos para encerrar o conflito. Na quinta-feira, Trump disse à Fox News estar otimista sobre um possível acordo e que “saberá muito rapidamente” se Putin está disposto a cooperar, embora tenha admitido que dificilmente conseguirá convencer o líder russo a interromper totalmente os ataques a civis.
Putin afirmou ontem que os EUA “estão fazendo esforços bastante enérgicos e sinceros para interromper as hostilidades, parar a crise e chegar a acordos que sejam de interesse de todas as partes envolvidas”.
Já o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, declarou nesta semana que “não há sinais de que a Rússia esteja se preparando para encerrar a guerra”, mas acredita que a coordenação entre EUA e aliados europeus “pode, sim, pressionar Moscou a buscar a paz”. Zelenskyy reforçou que espera que o tema central do encontro seja “um cessar-fogo imediato” e rejeitou publicamente a possibilidade de troca de territórios ucranianos, proposta mencionada por Trump.
“Trocas territoriais serão discutidas, mas essa decisão cabe à Ucrânia”, disse Trump nesta sexta-feira.