Um estudo recente aponta que, caso todos os dispositivos digitais utilizados por empresas brasileiras fossem administrados por prestadores de serviços gerenciados de TI (MSPs, na sigla em inglês), o mercado movimentaria mais de R$ 183 bilhões por ano.
A estimativa considera equipamentos como computadores, notebooks, tablets e smartphones.
A projeção foi feita pela empresa ADDEE, especializada em soluções de gestão de TI para MSPs, com base em dados de seu relatório Panorama da Comunidade MSP, na 36ª Pesquisa Anual do FGVcia sobre o Mercado Brasileiro de TI e na base global Worldwide Quarterly Personal Computing Device Tracker da IDC.
Estimativa considera 190 milhões de dispositivos em uso por empresas
Segundo a FGV, o Brasil conta atualmente com 502 milhões de dispositivos digitais em circulação. No entanto, a IDC aponta que apenas 38% da distribuição global de PCs em 2024 foi voltada ao uso corporativo.
Aplicando esse percentual ao total de dispositivos no país, estima-se que 190,7 milhões de equipamentos estejam em uso por empresas.
Considerando o custo médio mensal de R$ 80 por dispositivo gerenciado, conforme prática do mercado em 2024, a ADDEE calcula que o gerenciamento completo desses equipamentos nas empresas representaria uma movimentação anual superior a R$ 183,1 bilhões.
A mesma lógica aplicada ao setor público e à educação, que representariam cerca de 17% do total de aparelhos (85,3 milhões), indica um potencial adicional de R$ 81,9 bilhões anuais com serviços de MSPs.
Distribuição estimada de dispositivos digitais no Brasil
Setor | Percentual | Volume de aparelhos | Custo médio mensal por unidade | Valor anual estimado |
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Empresas | 38% | 190.760.000 | R$ 80,00 | R$ 183.129.600.000 |
Governo e Educação | 17% | 85.340.000 | R$ 80,00 | R$ 81.926.400.000 |
Consumidor Final | 45% | 225.900.000 | – | – |
Crescimento do setor de MSPs no Brasil
O CEO da ADDEE, Rodrigo Gazola, afirma que o levantamento busca evidenciar o potencial de negócios para o setor de MSPs no Brasil. Segundo ele, o aumento nos casos de golpes cibernéticos e a dificuldade das empresas em manter equipes internas de TI têm impulsionado a demanda por serviços terceirizados especializados.
Gazola ressalta que, embora algumas grandes empresas possam manter infraestrutura própria de gestão tecnológica, pequenas e médias empresas (PMEs) e microempresas tendem a recorrer a MSPs como solução viável.
“É possível imaginar que uma parcela significativa do ecossistema corporativo brasileiro veja os MSPs como alternativa bastante atrativa”, afirma.
Perfil do mercado evolui com aumento no número de funcionários
O estudo também mostra a evolução do setor de MSPs nos últimos anos. Em 2019, a maioria das empresas prestadoras de serviços gerenciados de TI no Brasil tinha até cinco funcionários, sendo que 19% eram operadas por apenas uma pessoa.
Em 2024, apenas 10% das empresas ainda funcionavam sob comando único, enquanto 52% já empregavam até nove pessoas e 30% tinham entre 10 e 49 funcionários.
Segundo Gazola, essa evolução reflete um mercado em profissionalização. “A dinâmica econômica brasileira favorece a contratação de MSPs para garantir a eficiência e a segurança da transformação digital. Os empreendedores do setor já perceberam isso e estão adotando abordagens mais integradas e ágeis”, disse.
Perspectivas indicam crescimento acelerado
Com o avanço da digitalização e o aumento da demanda por segurança cibernética, a expectativa do setor é de crescimento acelerado no número de dispositivos gerenciados por MSPs nos próximos anos.
Estratégias voltadas à otimização de recursos, agilidade operacional e valorização dos serviços tendem a fortalecer ainda mais o papel desses prestadores no ambiente empresarial brasileiro.