Fhoresp orienta empresários a criar alternativas próprias de delivery diante da concorrência do iFood

Início da operação de 99Food, Keeta e Rappi quebra monopólio do mercado de delivery em SP; Fhoresp também sugere a empresários que criem plataforma própria de entrega

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Foto: Reprodução/ Freepik

A Federação de Hotéis, Bares e Restaurantes do Estado de São Paulo (Fhoresp) lançou um guia com orientações para que empresários do setor criem meios próprios de entrega de pedidos, buscando reduzir a dependência do iFood.

A iniciativa surge em um momento em que novas plataformas, como 99Food e Rappi, ampliam sua atuação, enquanto a Keeta, empresa chinesa da Meituan, deve iniciar operações no país ainda em 2025.

Segundo dados da Statista, o mercado de delivery no Brasil deve atingir US$ 21,18 bilhões em 2025, com projeção de US$ 27,81 bilhões até 2029. Atualmente, o iFood concentra a maior fatia do setor, com 55 milhões de usuários.

Concorrência em expansão

O cenário de mercado começa a se diversificar com a ofensiva da Rappi e o retorno da 99Food, que adotaram estratégias para atrair estabelecimentos, como taxa zero de credenciamento nos primeiros anos. A chegada da Keeta, prevista para novembro, deve intensificar ainda mais a disputa entre as plataformas de entrega.

Mesmo com a perspectiva de maior equilíbrio nas relações de consumo, a Fhoresp, que representa mais de 500 mil estabelecimentos paulistas e outros 20 sindicatos patronais, lançou o guia com alternativas para que empresários reduzam a dependência do iFood.

Entre as sugestões estão a criação de aplicativos ou meios de entrega próprios — capazes de canalizar até 70% dos pedidos — e a formação de cooperativas de entrega, com treinamento de equipe e prática de taxas competitivas.

De acordo com o diretor-executivo da Fhoresp, Edson Pinto, essas medidas proporcionam maior autonomia aos estabelecimentos:

“O delivery corresponde a uma fatia importante das vendas. Pensando nisso, passamos a estimular os estabelecimentos a criarem suas próprias plataformas ou migrarem para a concorrência, como a 99Food e a Rappi, que já oferecem condições melhores. Também precisamos aguardar a chegada da Keeta para analisar a melhor opção”, afirma.

Denúncias de práticas abusivas e falta de regulamentação

A Fhoresp já vinha denunciando práticas consideradas abusivas do iFood, como taxas que chegam a 27% sobre o valor dos produtos. Para Edson Pinto, a ausência de regulamentação sobre o funcionamento das Big Techs contribui para esse cenário:

“Essa falta de regulamentação e fiscalização tem causado prejuízos aos empresários e aos consumidores. O iFood exagera, não dialoga e prejudica o mercado. Resumindo: faz o que quer”, comenta.

O guia da Fhoresp também inclui orientações para mobilizar outros empresários do bairro, criando alternativas coletivas ao uso exclusivo das grandes plataformas de delivery.

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