A startup chinesa DeepSeek anunciou, em junho, o lançamento do Janus-Pro-7B, um modelo de geração de imagens por inteligência artificial que, segundo benchmarks internos, apresentou desempenho superior a soluções consolidadas como DALL-E 3, da OpenAI, e Stable Diffusion, da Stability AI.
O modelo obteve 84,2% de precisão no DPG-Bench, uma das principais métricas de avaliação de qualidade visual.
Avanço tecnológico e investimento estratégico
Treinado com mais de 90 milhões de amostras — entre dados reais e sintéticos — o Janus-Pro-7B está disponível em versões com 1 bilhão e 7 bilhões de parâmetros, permitindo diferentes aplicações por empresas e desenvolvedores.
O lançamento ocorre em meio à intensificação dos investimentos em inteligência artificial por gigantes da Tecnologia na China, como Baidu, Tencent e Alibaba, que têm apostado em soluções de código aberto para ampliar a competitividade global do país.
Impacto global e destaque nos Estados Unidos
Nos Estados Unidos, o assistente DeepSeek-V3 tornou-se o aplicativo gratuito mais baixado da App Store, ultrapassando o próprio ChatGPT, da OpenAI.
O feito reforça o interesse internacional por soluções chinesas e amplia a presença dessas ferramentas em mercados antes dominados por empresas ocidentais.
Transformações no mercado de conteúdo digital
Modelos como o Janus-Pro-7B têm potencial para provocar mudanças relevantes em setores como design gráfico, publicidade e produção de conteúdo.
Para Rafael Franco, CEO da Alphacode, o avanço da IA generativa demanda uma abordagem estratégica por parte das empresas. “As ferramentas estão mais acessíveis, mas o diferencial será saber aplicá-las para gerar valor real aos usuários e aos negócios”, afirma.
Regulação e desafios de segurança
O crescimento da IA generativa chinesa também traz à tona discussões sobre regulação, soberania tecnológica e segurança cibernética.
A abertura desses modelos para desenvolvedores em diferentes países reforça a necessidade de estruturas de controle adequadas e políticas públicas claras sobre o uso da tecnologia.
Adaptação como vantagem competitiva
Segundo Franco, o principal desafio para as empresas brasileiras será integrar essas tecnologias mantendo o controle sobre segurança, originalidade e relevância local.
“A vantagem competitiva estará na capacidade de adaptação. As ferramentas estão disponíveis, mas o diferencial será como cada organização irá aplicá-las ao seu ecossistema”, conclui.