A taxa de câmbio é um campo da economia que parece às vezes não ter relação direta com o nosso cotidiano. No entanto, é importante saber que essa taxa pode impactar a vida das pessoas de várias formas diferentes.
O que é taxa de câmbio?
Basicamente, a taxa de câmbio é a relação entre as moedas dos países. Essa taxa é quantificada como o montante da moeda doméstica de um país necessário para trocar por uma moeda de outro país. Por exemplo, essa relação poderá dizer quantos reais uma pessoa precisa para comprar um dólar ou um euro.
De onde surgiu a taxa de câmbio?
No Brasil, graças ao Regime de Taxas de Câmbio Flutuante, a taxa de câmbio surge da lei da oferta e demanda das moedas estrangeiras com relação ao real.
Ou seja, quanto maior a oferta de divisas (moeda estrangeira), menor é a taxa de câmbio. Quanto maior a demanda de divisas, em relação à oferta, maior é a taxa cambial.
Por exemplo, digamos que um exportador compra produtos no Brasil e vende para o resto do mundo. Ao realizar essa operação, recebe o valor em dólar (USD), a principal moeda utilizada para transações internacionais. Esses dólares são trazidos de volta para o Brasil, mas precisam ser trocados por reais para que o indivíduo possa gastar seu lucro aqui.
Por outro lado, podemos tomar como exemplo o caso de um importador, que traz um produto estrangeiro para vender dentro do Brasil. Os compradores brasileiros farão o pagamento em reais, mas os fornecedores de fora do país vão receber em dólar. Assim, os importadores precisam trocar seus reais por dólares para pagar os seus fornecedores.
É assim que surge a oferta e a demanda de moeda estrangeira. Os exportadores ofertam dólares e precisam de reais; os importadores, oferecem reais e precisam de dólares. A definição da taxa de câmbio se dá quando, em um gráfico, a oferta e a demanda da moeda estrangeira se cruzam.
Taxa de câmbio alta x taxa de câmbio baixa
Quando se tem notícia nos jornais de que o dólar subiu, a maioria das pessoas fica preocupada. Contudo, essa situação não é ruim para todo mundo. Inclusive, para os exportadores, a taxa de câmbio mais alta significa mais lucro.
Por outro lado, os produtos e insumos importados ficam mais caros, a inflação tende a subir e há tendência de redução da oferta de produtos no mercado interno.
Já a taxa de câmbio mais baixa estimula as importações, uma vez que esses bens ficam mais baratos e há maior competitividade entre produtos nacionais e internacionais. Como há abundância de produtos no mercado nessa situação, a inflação também tende a diminuir. Dessa forma podemos ver como o dólar impacta na economia, pois a moeda americana é a mais utilizada para operações financeiras ao redor do mundo.
Regime cambial
Regime cambial é um arranjo institucional, ou seja, o conjunto de medidas, que visam estabelecer o valor da taxa de câmbio. No Brasil, o responsável por atuar para definir essas medidas é o Banco Central (BACEN).
De modo geral, existem três tipos de regimes. O câmbio fixo, o flutuante e o regime intermediário. Vale ressaltar de antemão que no Brasil, o regime de câmbio flutuante é adotado como:
- Câmbio fixo: nesse tipo de regime, o valor da moeda estrangeira é travado pelo governo. No Brasil, o câmbio foi fixo entre 1994 e 1999, primeiros anos do Plano Real. Nessa época, um real era igual a um dólar (R$1,00 = US$1,00). Embora possa parecer uma boa prática, o regime fixo implica em o governo pagar a diferença das oscilações na moeda de referência, no caso, o dólar, o que acaba sendo prejudicial para a economia.
- Câmbio flutuante: este é o modelo adotado pelo Brasil. Aqui a taxa é definida através da relação entre oferta e demanda. Dessa forma, o governo não intervém diretamente na oscilação das moedas, permitindo que o movimento se dê de acordo com as forças do mercado. Contudo, no Brasil, o governo pode fazer intervenções pontuais quando necessário: frente a uma movimentação muito acentuada do dólar, o BACEN pode comprar ou vender dólar, de acordo com os objetivos econômicos predefinidos.
- Regime intermediário: esse é conhecido por ser um regime híbrido. Nesse caso, a autoridade monetária do país define os limites mínimo e máximo de flutuação da moeda. Caso o movimento da moeda estrangeira ultrapasse esses limites, o governo, então, interfere para que a moeda doméstica volte para o patamar definido. Dentro dessa faixa, a flutuação é livre.
Taxas de câmbio nominal e real
A taxa nominal corresponde ao preço relativo das moedas correntes de dois países. É a informação relativa à taxa de câmbio nominal a que temos acesso pelos jornais, quando noticiam o valor de um dólar em reais.
Contudo, existe uma diferença entre o que se compra no Brasil com essa quantia e o que se compra nos EUA com um dólar. É aí que a taxa de câmbio real entra.
Ela corresponde à relação do poder de compra entre duas moedas correntes, considerando a inflação dos dois países. Ou seja, não quer dizer que você conseguirá a mesma coisa no Brasil e nos EUA com R$5,00 e US$1,00. Em um caso onde o dólar está valendo essa quantia, por exemplo.
Conversão de moedas
Estar atualizado sobre a cotação das principais moedas, sobretudo o dólar, é uma necessidade para as pessoas que investem no mercado financeiro. Isso porque, além de você poder operar em dólar, a moeda também afetará indiretamente grande parte dos produtos financeiros disponíveis na Bolsa (B3).
Para isso, é importante recorrer a ferramentas confiáveis, como o Oanda Conversor de Moeda ou os boletins do Banco Central. Você também pode criar sua própria planilha de conversão de moedas brasileiras. De fato, o importante é estar sempre atualizado.