Tarifaço de 50% dos EUA contra o Brasil inclui exceções para setores estratégicos

Tarifaço de 50% dos EUA contra o Brasil inclui exceções para setores estratégicos produtos fora do tarifaco

Imagem: Freepik

A Casa Branca oficializou nesta quarta-feira (30) a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil, como parte de uma nova política comercial anunciada pelo presidente Donald Trump. A medida, no entanto, traz exceções estratégicas para alguns setores-chave, entre eles: suco de laranja, aeronaves, celulose e produtos energéticos, que foram retirados da lista de sobretaxação.

Itens como café, cacau e carne bovina seguem sujeitos à tarifa integral, o que acende o alerta para impactos imediatos nas cadeias de exportação e nos produtores nacionais.

Alívio parcial para exportadores brasileiros

A exclusão de alguns setores da tarifa foi confirmada por interlocutores do governo dos EUA e publicada oficialmente no portal da USTR (United States Trade Representative). Segundo especialistas, a retirada de produtos como suco de laranja, alguns modelos de aeronaves e petróleo foi resultado de pressões diplomáticas e lobby de empresas americanas com interesses na cadeia bilateral.

EUA mantêm tarifaço à carne brasileira, mesmo com o menor rebanho em meio século

A carne brasileira não foi incluída nas exceções e passará a pagar alíquota de 50% para entrar nos EUA. A decisão ocorre em meio a um cenário dramático para a pecuária norte-americana: segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), o rebanho bovino no país é o menor desde 1973.

Atualmente, os Estados Unidos contam com 94,2 milhões de cabeças de gado, número bem abaixo do pico de 140 milhões registrado em 1975. A redução é atribuída, em grande parte, às mudanças climáticas e longos períodos de seca, que encarecem a produção, forçam a venda antecipada de animais e reduzem a capacidade reprodutiva do setor.

Com menos oferta, o preço da carne subiu 9% nos supermercados nos últimos meses, impactando diretamente o consumidor americano. Analistas já comparam a pressão sobre a carne à crise recente dos ovos. Apesar disso, o governo dos EUA optou por manter a carne brasileira na lista de produtos tarifados — mesmo sendo essencial para a indústria de alimentos processados, especialmente na produção de hambúrgueres e refeições congeladas.

Produtos ainda afetados

Além da carne, continuam sujeitos à tarifa de 50%:

Impactos e próximas medidas

A medida, que entraria em vigor a partir de 1º de agosto, foi adiada para começar a valer a partir do dia 6 de agosto. e empresas brasileiras já avaliam redirecionar exportações para outros mercados ou renegociar contratos com compradores norte-americanos. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Itamaraty seguem acompanhando.

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