Fórum Empresarial do BRICS reunirá lideranças internacionais no Rio de Janeiro

Encontro no Rio de Janeiro ocorre às vésperas da Cúpula dos chefes de Estado do BRICS. Presidente Lula, chefes de Estado e representantes dos países membros confirmaram presença

Fórum Empresarial do BRICS reunirá lideranças internacionais no Rio de Janeiro Forum Empresarial 1 1

Foto: Reprodução/ Freepik

O Rio de Janeiro sediará, no dia 5 de julho, o Fórum Empresarial do BRICS, evento que antecede a Cúpula dos Chefes de Estado do bloco e reunirá lideranças empresariais, autoridades governamentais e especialistas dos países membros.

O encontro será realizado no Pier Mauá e marca a terceira vez em que a cúpula ocorre no Brasil.

Temas centrais incluem transição energética e economia digital

A edição deste ano do fórum será dedicada à discussão de estratégias para o desenvolvimento econômico sustentável, com foco em comércio e segurança alimentar, transição energética, descarbonização, desenvolvimento de habilidades, economia digital, financiamento e inclusão financeira.

O evento é organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que coordena, durante a presidência brasileira do bloco, o Conselho Empresarial do BRICS (CEBRICS) e a Women’s Business Alliance (WBA), instâncias de engajamento do setor privado.

Painéis temáticos e presença de autoridades

A cerimônia de abertura contará com a presença de Ricardo Alban, presidente da CNI; Francisco Neto, presidente do CEBRICS e CEO da Embraer; Mônica Monteiro, presidente da WBA e vice-presidente do Times Brasil; Aloizio Mercadante, presidente do BNDES; e Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro.

A programação inclui quatro painéis temáticos com representantes de grandes empresas industriais dos países membros, abordando temas como:

Entre os participantes confirmados estão o embaixador André Corrêa do Lago (presidente da cop30); Aguinaldo Barbieri (diretor do Novo Banco de Desenvolvimento no Brasil); John W.H. Denton (secretário-geral da Câmara de Comércio Internacional); e ministros dos Emirados Árabes Unidos, como Dr. Thani bin Ahmed Al Zeyoudi e Sultan Ahmed bin Sulayem.

O encerramento contará com o painel presidencial, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a presença convidada dos chefes de Estado dos países que compõem o bloco.

Premiação destaca soluções sustentáveis e empreendedorismo feminino

O Fórum também será palco da entrega de prêmios das competições BRICS Solutions Awards e BRICS Women’s Startup Contest.

O primeiro reconhece 18 soluções sustentáveis e inovadoras, divididas em seis categorias, entre elas bioeconomia, financiamento inovador, segurança alimentar e transformação digital. As inscrições vieram de todos os países do bloco.

Já o concurso voltado para startups lideradas por mulheres, organizado pelo SEBRAE em parceria com a WBA, recebeu 1.032 inscrições, com maior participação de Brasil, Índia e África do Sul. As 18 finalistas apresentarão projetos nas áreas de saúde, bem-estar, energia e infraestrutura.

Comércio entre Brasil e BRICS alcança US$ 210 bilhões

De acordo com dados do governo federal, os países do BRICS representam 48,5% da população mundial, 36% do território, 40% do PIB global e 21,6% do comércio internacional.

Em 2024, o comércio do Brasil com os demais membros do bloco somou US$ 210 bilhões, equivalente a 35% da corrente de comércio nacional.

Do total, US$ 121 bilhões referem-se a exportações brasileiras (36% das vendas externas) e US$ 88 bilhões, a importações (34%). No ano anterior, os investimentos dos países do BRICS no Brasil somaram US$ 51 bilhões, segundo o Banco Central.

Participação feminina na economia ainda enfrenta barreiras

Apesar dos avanços, a participação das mulheres no comércio internacional ainda é limitada. Segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC), apenas 15% das empresas que atuam globalmente são lideradas por mulheres.

Estudo do Women Entrepreneurs Finance Initiative (WE-FI) mostra que 70% das pequenas e médias empresas femininas enfrentam dificuldades para acessar crédito, redes de apoio e capacitação.

Relatório publicado em 2024 pela BRICS Women’s Development Report reforça esse cenário. Na Índia, por exemplo, menos de 1% das mulheres são empreendedoras formalizadas; na África do Sul, apenas 22% das empresas são lideradas por mulheres.

No Brasil, estudo divulgado em março de 2025 pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) indica que apenas 14,5% das empresas exportadoras têm maioria feminina no quadro societário. E apenas 2% das exportações brasileiras são provenientes de empresas lideradas por mulheres.

Sair da versão mobile