A partir de agosto, os consumidores brasileiros enfrentarão um novo aumento na conta de luz com a ativação da bandeira vermelha patamar 2, conforme anúncio da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A medida implica em uma cobrança adicional de R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos, reflexo do custo elevado da geração de energia por termelétricas, acionadas devido à escassez de chuvas.
Nos meses de junho e julho, a Aneel já havia mantido a bandeira vermelha patamar 1, com adicional de R$ 4,46 por 100 kWh. A deterioração das condições hidrológicas nas principais bacias do país levou à mudança para o patamar mais caro do sistema de bandeiras tarifárias.
Reservatórios em queda pressionam geração elétrica
Desde fevereiro, tanto a Aneel quanto o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) vêm monitorando o risco hidrológico. Com chuvas abaixo da média nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, o nível dos reservatórios caiu de 69% em abril para um patamar previsto de apenas 55% até outubro.
Esse cenário pressiona a geração hidrelétrica e intensifica o uso das termelétricas, que são mais caras e mais poluentes.
Energia solar por assinatura cresce como alternativa
Em meio ao encarecimento da energia convencional, modelos alternativos como a energia solar por assinatura têm ganhado destaque. Essa modalidade permite ao consumidor obter desconto na conta de luz sem a necessidade de instalar painéis solares em sua residência.
Segundo especialistas do setor, o modelo oferece economia média de 20% e maior previsibilidade nos gastos. A crescente adesão reflete a busca por soluções mais sustentáveis e acessíveis, principalmente diante da instabilidade do mercado cativo.
Empresas investem em geração distribuída
Um exemplo desse movimento é a expansão das usinas fotovoltaicas (UFVs) da Bow-e, empresa que atua com energia solar por assinatura.
A companhia prevê atingir 120 MW de capacidade instalada até o final de 2025, atendendo cerca de 27 mil assinantes com uma economia estimada de R$ 30 milhões em eletricidade. O investimento global ultrapassa R$ 450 milhões e abrange diversos estados brasileiros.
O crescimento da empresa acompanha o aquecimento do mercado de geração distribuída. O faturamento mensal da Bow-e saltou de R$ 600 mil, em março de 2023, para R$ 5,5 milhões em abril deste ano. A expectativa é fechar 2025 com receita de R$ 96 milhões.
Sustentabilidade e economia impulsionam mudança de perfil
Além dos fatores econômicos, a busca por fontes renováveis é impulsionada por uma maior conscientização ambiental e pela necessidade de diversificação da matriz energética nacional.
Com a tendência de alta nas tarifas e os desafios climáticos, soluções como a energia solar por assinatura devem continuar ganhando espaço entre consumidores residenciais e empresariais.