A escolha de Belém como sede reforça a importância da Amazônia nas negociações climáticas. A floresta tropical é um dos principais reguladores do clima global, e sua preservação é central para atingir as metas de redução de emissões de carbono. Além disso, o Brasil busca se consolidar como um dos protagonistas na governança ambiental internacional.
Sobre a COP30 e a Crise Climática
A COP30 será realizada entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025, reunindo aproximadamente 50 mil pessoas, incluindo delegações oficiais, sociedade civil e setor privado.
O evento é organizado sob a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), entidade responsável pelas conferências climáticas desde 1995.
A ONU projeta que, sem cortes drásticos nas emissões de gases de efeito estufa, a temperatura global pode ultrapassar 2,7°C até 2100, intensificando eventos climáticos extremos.
Desde a COP21, quando foi assinado o Acordo de Paris (2015), cerca de 90% dos países comprometeram-se a atingir emissões líquidas zero até 2050. No entanto, segundo o relatório mais recente do IPCC, os esforços atuais são insuficientes para atingir essa meta.
De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), o setor de energia é responsável por cerca de 73% das emissões globais de gases de efeito estufa.
Objetivos Centrais da COP30
Fortalecer metas climáticas: Os países devem atualizar suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) para redução de emissões.
Avançar na transição energética: O evento discutirá novas políticas para reduzir a dependência de combustíveis fósseis.
Reforçar o financiamento climático: O compromisso de US$ 100 bilhões anuais, prometido pelas nações desenvolvidas para ajudar países emergentes, será um dos temas principais.
Ampliar compromissos de descarbonização: Indústrias de alto impacto, como a aviação e o transporte marítimo, estarão no centro dos debates.
Incluir justiça climática na agenda: Povos indígenas e comunidades vulneráveis terão maior protagonismo nas discussões sobre adaptação às mudanças climáticas.
António Guterres, Secretário-Geral da ONU:“As emissões de gases de efeito estufa continuam a aumentar, e o tempo está se esgotando. A COP30 deve ser o momento para compromissos mais ambiciosos e ações urgentes.”
Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente do Brasil:“O Brasil não quer apenas sediar a COP30. Queremos liderar uma nova fase das negociações climáticas, colocando a Amazônia e a preservação ambiental no centro das decisões globais.”
John Kerry, Enviado Especial dos EUA para o Clima:“A COP30 será crucial para definir como as grandes economias e os países emergentes podem trabalhar juntos para acelerar a transição energética.”
Impacto das Conferências Climáticas Recentes
COP
Ano
Local
Principais Resultados
COP21
2015
Paris, França
Acordo de Paris, compromisso global para limitar o aquecimento a 1,5°C
COP26
2021
Glasgow, Reino Unido
Pacto de Glasgow para acelerar a transição energética e aumentar financiamento climático
COP27
2022
Sharm el-Sheikh, Egito
Criação do fundo para perdas e danos climáticos em países vulneráveis
COP28
2023
Dubai, Emirados Árabes
Primeiro balanço global do Acordo de Paris e novas metas para energias renováveis
COP30
2025
Belém, Brasil
Em fase de definição, mas foco principal será a Amazônia e financiamento climático
A COP30 em Belém pode representar um marco decisivo para a política climática global. O evento ocorre em um momento crítico, com desafios ambientais cada vez mais evidentes e a necessidade urgente de compromissos concretos. Os próximos meses serão fundamentais para definir a agenda da conferência e as ações que poderão influenciar o futuro climático do planeta.
Evolução das Conferências Climáticas Globais: Um Panorama Histórico
Desde a criação da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) em 1992, as Conferências das Partes (COPs) têm sido fundamentais na articulação de esforços internacionais para enfrentar as mudanças climáticas. A seguir, destacam-se marcos significativos dessas conferências:
COP3 (1997, Kyoto, Japão): Estabelecimento do Protocolo de Kyoto, que definiu metas de redução de emissões de gases de efeito estufa para países desenvolvidos.
COP21 (2015, Paris, França): Adoção do Acordo de Paris, comprometendo as nações a limitar o aumento da temperatura global a bem abaixo de 2°C, preferencialmente a 1,5°C, em relação aos níveis pré-industriais.
COP26 (2021, Glasgow, Reino Unido): Revisão dos compromissos nacionais (NDCs) e estabelecimento de diretrizes para mercados de carbono internacionais.
COP27 (2022, Sharm El-Sheikh, Egito): Discussões aprofundadas sobre financiamento climático e adaptação, com foco em países vulneráveis.
COP28 (2023, Dubai, Emirados Árabes Unidos): Avaliação global dos progressos do Acordo de Paris e incentivo a ações climáticas mais ambiciosas.
Esses eventos demonstram a progressão das negociações climáticas, refletindo a crescente urgência e complexidade das ações necessárias para mitigar os impactos das mudanças climáticas.
Simon Stiell, Secretário Executivo da ONU para Mudança Climática, na abertura da COP28: “Não basta tentar; devemos acelerar a ação climática.”
A COP30, programada para novembro de 2025 em Belém, Brasil, representa uma continuidade desses esforços, com a particularidade de ocorrer na região amazônica, um ecossistema crucial para o equilíbrio climático global.
A realização da COP30 na Amazônia destaca a importância de integrar a preservação dos ecossistemas tropicais nas estratégias globais de combate às mudanças climáticas, reconhecendo o papel vital que essas regiões desempenham na regulação do clima e na manutenção da biodiversidade.
Amazônia como Ponto Central da COP30
A escolha de Belém como sede da COP30 destaca a Amazônia como um dos principais temas da conferência. A floresta tropical desempenha um papel fundamental na regulação climática global, armazenando grandes quantidades de carbono e influenciando os padrões de precipitação em diversas regiões. A preservação desse bioma está diretamente ligada às metas climáticas internacionais e será uma das pautas centrais do evento.
Importância da Amazônia na Regulação Climática
A Amazônia cobre aproximadamente 5,5 milhões de km² e abriga cerca de 10% da biodiversidade mundial.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a floresta armazena cerca de 120 bilhões de toneladas de carbono, contribuindo para a estabilidade do clima global.
Estudos indicam que a perda da cobertura florestal pode alterar padrões climáticos em larga escala, afetando o regime de chuvas na América do Sul e impactando a produtividade agrícola.
Relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) apontam que o desmatamento da Amazônia pode levar a um “ponto de não retorno”, no qual a floresta perderia sua capacidade de regeneração, transformando-se em um ecossistema degradado.
Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente do Brasil:“A Amazônia tem um papel estratégico na regulação do clima global. A COP30 será uma oportunidade para que o mundo compreenda a urgência de protegê-la.”
Desmatamento e Impactos Ambientais
O desmatamento da Amazônia tem sido um dos desafios ambientais mais críticos do Brasil e do mundo. O ritmo da destruição florestal e suas consequências são amplamente monitorados por organismos nacionais e internacionais.
Em 2023, o desmatamento na Amazônia foi de 6.288 km², uma redução de 30,6% em relação ao período anterior, segundo o INPE.
A queima de florestas contribui significativamente para as emissões de CO₂, representando cerca de 40% das emissões totais do Brasil.
O avanço da agropecuária é o principal vetor da degradação florestal, seguido pela exploração ilegal de madeira e pela mineração.
O governo brasileiro anunciou novas metas para reduzir o desmatamento a zero até 2030, em conformidade com os compromissos assumidos no Acordo de Paris.
Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente do Brasil:“Proteger a Amazônia não é apenas uma questão ambiental, mas uma estratégia para o desenvolvimento sustentável e a soberania nacional.”
Bioeconomia e Desenvolvimento Sustentável
Além da conservação ambiental, a COP30 deve impulsionar discussões sobre o potencial econômico da Amazônia. O conceito de bioeconomia — que prevê a utilização sustentável dos recursos naturais — tem sido amplamente debatido como alternativa à exploração predatória da floresta.
Sobrevoo sobre a floresta densa Amazônica: por Alice Bodanzky 03
O setor de bioeconomia movimenta atualmente cerca de US$ 2 bilhões por ano no Brasil, com potencial de crescimento exponencial.
A produção sustentável de produtos amazônicos, como açaí, castanha-do-pará e borracha natural, pode gerar empregos e renda sem comprometer a floresta.
Empresas e investidores internacionais demonstram interesse crescente em iniciativas de carbono neutro e soluções baseadas na natureza.
O Brasil negocia parcerias internacionais para viabilizar novos fundos de financiamento para projetos sustentáveis na região.
John Kerry, Enviado Especial dos EUA para o Clima:“A Amazônia deve ser vista não apenas como um problema ambiental, mas como uma solução para a economia verde global.”
Preservação da Floresta e Políticas Públicas
A COP30 será uma oportunidade para reforçar compromissos internacionais e adotar novas políticas de proteção ambiental. Governos, setor privado e organizações da sociedade civil devem apresentar propostas para fortalecer a preservação da Amazônia.
O Fundo Amazônia, financiado por países como Noruega e Alemanha, já destinou mais de R$ 5 bilhões a projetos ambientais e sociais na região.
O governo brasileiro busca ampliar parcerias internacionais para o financiamento de iniciativas de reflorestamento e combate ao desmatamento ilegal.
Iniciativas como o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) têm sido reforçadas para garantir maior fiscalização e cumprimento da legislação ambiental.
Simon Stiell, Secretário Executivo da ONU para Mudança do Clima:“Sem a proteção da Amazônia, as metas globais de mitigação das mudanças climáticas estarão comprometidas.”
Comparativo: Redução do Desmatamento nos Últimos Anos
A realização da COP30 na Amazônia coloca o Brasil no centro das decisões climáticas globais. As discussões e acordos firmados durante o evento terão impacto direto nas políticas de conservação e no desenvolvimento sustentável da floresta nos próximos anos.
Os Principais Tópicos de Discussão na COP30
A COP30 deve abordar temas centrais para o enfrentamento da crise climática global. Entre os principais assuntos, destacam-se a necessidade de reduzir emissões de gases de efeito estufa, fortalecer o financiamento climático e impulsionar a transição energética. O evento também discutirá medidas de adaptação para comunidades vulneráveis e o papel da tecnologia na mitigação dos impactos ambientais.
Redução de Emissões e Metas Globais
A diminuição das emissões de carbono continua sendo um dos maiores desafios da agenda climática. Durante a COP30, os países devem revisar suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que estabelecem metas individuais para corte de emissões.
O IPCC alerta que, para limitar o aquecimento global a 1,5°C, as emissões globais de CO₂ devem ser reduzidas em 43% até 2030.
O setor de energia responde por cerca de 73% das emissões globais, de acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA).
Alguns países já anunciaram novos compromissos climáticos:
União Europeia: redução de 55% das emissões até 2030.
Estados Unidos: neutralidade de carbono até 2050.
Brasil: corte de 50% das emissões até 2030 e fim do desmatamento ilegal.
António Guterres, Secretário-Geral da ONU:“Se não reduzirmos as emissões drasticamente agora, as consequências serão catastróficas para as próximas gerações.”
Créditos: UN Climate Change / Kamran Guliyev
Financiamento Climático e Perdas e Danos
O financiamento climático será um dos principais temas da COP30. Países em desenvolvimento cobram mais recursos das economias ricas para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas e promover a transição para fontes de energia limpa.
O compromisso de US$ 100 bilhões por ano, estabelecido na COP15 (2009), ainda não foi plenamente cumprido.
Durante a COP27, foi criado um fundo para perdas e danos climáticos, destinado a países vulneráveis que sofrem impactos severos, como secas e enchentes.
Segundo o Banco Mundial, o custo para adaptar cidades às mudanças climáticas pode ultrapassar US$ 400 bilhões anuais até 2030.
Kristalina Georgieva, Diretora do FMI:“O financiamento climático não é um custo, mas um investimento no futuro da economia global.”
Transição Energética e Energias Renováveis
A substituição de combustíveis fósseis por fontes renováveis é uma das principais estratégias para mitigar a crise climática. A COP30 deve reforçar acordos voltados à expansão da energia solar, eólica, hidrelétrica e do hidrogênio verde.
A capacidade global de energia renovável atingiu 3.372 GW em 2023, um crescimento de 9,6% em relação ao ano anterior, segundo a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA).
A China lidera a expansão da energia solar e eólica, com investimentos superiores a US$ 270 bilhões no setor.
O Brasil é o segundo maior produtor de energia hidrelétrica do mundo e pretende ampliar sua matriz energética limpa com novas usinas solares e parques eólicos no Nordeste.
Fatih Birol, Diretor Executivo da IEA:“A transição energética já está em curso, mas precisa ser acelerada para garantir um futuro sustentável.”
Justiça Climática e Povos Vulneráveis
A COP30 também deve aprofundar o debate sobre justiça climática, garantindo que países menos desenvolvidos tenham acesso a financiamento e tecnologia para enfrentar os impactos das mudanças climáticas.
Estima-se que 1,2 bilhão de pessoas estarão expostas a riscos extremos até 2050 devido ao aumento das temperaturas e eventos climáticos severos.
Povos indígenas são responsáveis pela proteção de 80% da biodiversidade global, segundo a ONU Meio Ambiente.
A degradação ambiental já afeta a segurança alimentar, com a produtividade agrícola reduzida em 20% nas últimas décadas em algumas regiões da África e América Latina.
Victoria Tauli-Corpuz, ex-relatora da ONU para Direitos Indígenas:“Sem garantir os direitos dos povos indígenas e comunidades tradicionais, não haverá solução efetiva para a crise climática.”
Inovação Tecnológica e Soluções Sustentáveis
A tecnologia tem desempenhado um papel fundamental na redução de emissões e no desenvolvimento de soluções sustentáveis para diferentes setores da economia.
O mercado de captura e armazenamento de carbono (CCS) cresceu 35% em 2023, com investimentos que ultrapassam US$ 4 bilhões.
Tecnologias para monitoramento ambiental via satélite já permitem rastrear o desmatamento em tempo real, auxiliando governos no combate a crimes ambientais.
O hidrogênio verde surge como alternativa para descarbonizar setores industriais e de transporte pesado, com expectativa de investimentos de US$ 1,2 trilhão até 2035.
Bill Gates, fundador da Breakthrough Energy Ventures:“A inovação será a chave para resolver a crise climática, mas precisa vir acompanhada de políticas públicas eficazes.”
Compromissos esperados na COP30
Tema
Metas esperadas
Países envolvidos
Redução de emissões
Revisão das NDCs e corte de CO₂ em 43% até 2030
Todos os países signatários do Acordo de Paris
Financiamento climático
Aceleração do fundo de US$ 100 bi anuais e novas diretrizes para perdas e danos
Países desenvolvidos e emergentes
Transição energética
Ampliação de investimentos em energias renováveis e eliminação progressiva dos combustíveis fósseis
União Europeia, China, EUA, Brasil
Justiça climática
Criação de mecanismos de suporte a comunidades vulneráveis e povos indígenas
ONU, países em desenvolvimento
As discussões da COP30 devem definir os próximos passos para o combate às mudanças climáticas, influenciando as políticas ambientais das próximas décadas. Os acordos firmados durante a conferência terão impacto direto nas ações governamentais, no setor privado e na vida de bilhões de pessoas em todo o mundo.
Infraestrutura e Logística para a COP30 em Belém
Foto: Carlos Tavares / Ag.Para
A realização da COP30 em Belém exige uma série de investimentos em infraestrutura e logística para receber delegações de mais de 190 países e um público estimado em 50 mil pessoas. As melhorias abrangem Mobilidade urbana, capacidade hoteleira, segurança e sustentabilidade, garantindo que a cidade esteja preparada para um evento de grande porte.
Investimentos em Infraestrutura Urbana
O governo federal e a prefeitura de Belém anunciaram um pacote de obras voltado para modernizar a cidade e atender às demandas da conferência.
O investimento total previsto é de R$ 2,5 bilhões, distribuídos entre transporte, segurança, saneamento e áreas de eventos.
A construção do Centro de Convenções da COP30 será um dos projetos centrais, com previsão de conclusão até meados de 2025.
A ampliação da rede de esgotamento sanitário, atualmente atendendo apenas 16% da cidade, deve elevar esse índice para 60% até 2026.
Reformas viárias estão em andamento para melhorar o trânsito e facilitar o deslocamento entre os locais do evento.
Valter Correia, Secretário Especial da COP30 no Brasil:“A infraestrutura planejada para Belém deve deixar um legado duradouro, beneficiando a cidade mesmo após o evento.”
Aeroporto e Mobilidade Urbana
O Aeroporto Internacional de Belém, um dos principais pontos de chegada dos participantes da COP30, passará por melhorias estruturais.
A capacidade do aeroporto será ampliada para receber até 8 milhões de passageiros por ano, um aumento de 35% em relação à capacidade atual.
Serão adicionadas novas rotas internacionais, facilitando o acesso de delegações estrangeiras ao evento.
O governo estadual prevê a criação de corredores exclusivos de transporte público para agilizar deslocamentos durante a conferência.
O Plano de Mobilidade da COP30 inclui novas ciclovias e um sistema de ônibus elétricos para reduzir a emissão de carbono.
Capacidade Hoteleira e Hospedagem
A demanda por acomodações deve crescer significativamente durante a COP30, impulsionando a rede hoteleira local.
O setor turístico registrou um aumento de 74% nos cadastros de novos empreendimentos no Pará desde o anúncio da conferência.
A estimativa é que cerca de 30 mil leitos estejam disponíveis até o evento, distribuídos entre hotéis, pousadas e locações temporárias.
Empresas do setor hoteleiro já iniciaram a adaptação de suas estruturas para atender a requisitos sustentáveis, como uso de energia renovável e redução de desperdício de água.
Plataformas como Airbnb e Booking.com registraram aumento nas reservas para Belém, com previsões de ocupação recorde em novembro de 2025.
Celso Sabino, Ministro do Turismo do Brasil:“A COP30 será um divisor de águas para o turismo no Pará, consolidando Belém como um destino global para eventos de grande porte.”
Segurança e Monitoramento
A conferência reunirá chefes de Estado e representantes de alto nível, exigindo um esquema de segurança robusto.
O Ministério da Justiça prevê um investimento de R$ 500 milhões para reforçar a segurança pública em Belém.
Câmeras de monitoramento de alta tecnologia serão instaladas em pontos estratégicos da cidade, com integração ao sistema nacional de segurança.
Policiais federais e forças especiais serão deslocados para o evento, garantindo a proteção de delegações internacionais.
Medidas preventivas estão sendo discutidas para evitar congestionamentos e manifestações que possam impactar a realização da conferência.
Flávio Dino, Ministro da Justiça e Segurança Pública:“A COP30 exige um planejamento rigoroso para garantir a segurança de todos os participantes e da população local.”
Sustentabilidade e Gestão de Resíduos
A COP30 terá um forte compromisso com a sustentabilidade, e as diretrizes ambientais para o evento estão sendo desenvolvidas para reduzir seu impacto ambiental.
O evento buscará certificação “Carbono Neutro”, compensando todas as emissões geradas durante a conferência.
A coleta seletiva será ampliada para cobrir 100% dos locais do evento, com incentivo à reciclagem e redução do uso de plástico descartável.
Sistemas de reaproveitamento de água serão implementados em centros de convenções e áreas de acomodação.
O setor gastronômico local será incentivado a adotar práticas de alimentação sustentável, priorizando produtos orgânicos e de origem amazônica.
Simon Stiell, Secretário Executivo da ONU para Mudança do Clima:“Cada COP deve servir como exemplo de sustentabilidade. A COP30 precisa demonstrar que é possível realizar grandes eventos com impacto ambiental mínimo.”
Comparativo: Infraestrutura de Outras COPs
COP
Local
Investimento em Infraestrutura
Público Estimado
COP21 (2015)
Paris, França
€ 170 milhões
45 mil pessoas
COP26 (2021)
Glasgow, Reino Unido
£ 250 milhões
40 mil pessoas
COP27 (2022)
Sharm El-Sheikh, Egito
US$ 450 milhões
35 mil pessoas
COP28 (2023)
Dubai, Emirados Árabes
US$ 1 bilhão
80 mil pessoas
COP30 (2025)
Belém, Brasil
R$ 2,5 bilhões
50 mil pessoas
(Fonte: Ministérios do Meio Ambiente e Turismo do Brasil, UNFCCC, Comitês Organizadores das COPs anteriores)
O planejamento para a COP30 está focado em transformar Belém em um polo de referência para eventos internacionais. Os investimentos previstos não apenas garantirão o sucesso da conferência, mas também devem impulsionar o desenvolvimento da cidade e sua infraestrutura para os anos seguintes.
Impactos Econômicos e Sociais da COP30
A realização da COP30 em Belém trará impactos econômicos diretos e indiretos para a cidade e para o Brasil. Eventos climáticos dessa magnitude impulsionam setores como turismo, comércio, serviços e infraestrutura, além de fomentar novas oportunidades de negócios voltados para a sustentabilidade.
Projeção de Impacto Econômico
O Ministério da Fazenda estima que a COP30 deve injetar R$ 1,5 bilhão na economia local, considerando gastos com hospedagem, transporte, alimentação e serviços.
Segundo o Ministério do Turismo, eventos internacionais similares geram um aumento de até 30% no fluxo turístico nos anos seguintes ao evento.
A previsão é de criação de 35 mil empregos diretos e indiretos no Pará até 2025, abrangendo setores como construção civil, hotelaria e segurança.
A rede hoteleira de Belém já registra taxa de ocupação 40% maior para o período da conferência em comparação com anos anteriores.
Celso Sabino, Ministro do Turismo:“A COP30 vai gerar um ciclo econômico positivo para Belém, movimentando não só o turismo, mas diversos setores estratégicos.”
Oportunidades para Negócios Sustentáveis
Além do impacto econômico imediato, a COP30 deve impulsionar investimentos em economia verde e inovação ambiental.
O mercado de créditos de carbono, que movimentou US$ 851 bilhões em 2022, deve atrair novos investidores para projetos de reflorestamento e preservação na Amazônia.
Empresas de bioeconomia e tecnologia limpa terão visibilidade global, com estimativas de captação de até US$ 2 bilhões em novos investimentos internacionais.
Startups voltadas para energia renovável, gestão de resíduos e inovação climática devem se beneficiar de parcerias formadas durante a conferência.
Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente do Brasil:“Queremos transformar a COP30 em um marco para a economia verde brasileira, atraindo investimentos que tragam desenvolvimento sustentável.”
Impactos Sociais e Desafios Locais
Apesar das oportunidades econômicas, a realização da COP30 também traz desafios para a população local.
O custo de vida pode sofrer aumentos temporários, especialmente no setor imobiliário e de hospedagem.
As obras de infraestrutura devem gerar transtornos para o trânsito e o comércio antes da conclusão.
Movimentos sociais e organizações ambientais cobram garantias de que o evento trará benefícios de longo prazo para as comunidades amazônicas.
Adriana Ramos, Coordenadora do Instituto Socioambiental:“A COP30 precisa deixar um legado para a população da Amazônia, garantindo inclusão e benefícios sociais reais.”
O Legado da COP30 para o Brasil e o Mundo
A COP30 representa uma oportunidade para consolidar compromissos ambientais e estabelecer metas mais ambiciosas para o futuro climático global. Além das negociações políticas, a conferência deve deixar impactos permanentes na economia, infraestrutura e governança ambiental.
Fortalecimento das Políticas Ambientais
O governo brasileiro pretende lançar um novo Plano Nacional de Economia Verde, com incentivos fiscais para empresas sustentáveis.
Programas de reflorestamento e combate ao desmatamento serão reforçados com financiamento internacional.
A conferência pode acelerar a transição energética do Brasil, ampliando a participação de renováveis na matriz energética, que já representa 83% da produção elétrica nacional.
Simon Stiell, Secretário Executivo da ONU para Mudança do Clima:“A COP30 deve ser um ponto de virada, garantindo que os compromissos climáticos sejam acompanhados de ações concretas.”
Mudanças na Governança Climática Internacional
A COP30 será uma oportunidade para reformular acordos internacionais e fortalecer o papel dos países emergentes nas decisões climáticas.
Novos compromissos para ampliação do fundo de perdas e danos climáticos serão discutidos, beneficiando nações vulneráveis.
Brasil, Indonésia e República Democrática do Congo negociam a criação de uma aliança de países florestais, para defender políticas de conservação com financiamento global.
O evento pode acelerar a regulamentação do mercado de carbono, tema que ainda enfrenta divergências entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.
Impactos para a Infraestrutura e o Desenvolvimento Regional
As obras realizadas para a COP30 deixarão um legado estrutural para Belém, incluindo novas vias, modernização do transporte público e melhorias sanitárias.
A cidade deve consolidar-se como um polo para eventos internacionais e conferências ambientais.
O fortalecimento da bioeconomia na Amazônia pode reduzir a dependência da exploração ilegal de madeira e da mineração predatória.
Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente:“A COP30 deve ser um catalisador de mudanças estruturais, garantindo que o desenvolvimento da Amazônia aconteça de forma sustentável.”
Comparação: Legados de Conferências Climáticas Anteriores
COP
País-sede
Impactos previstos de longo prazo
COP21 (2015)
França
Acordo de Paris, metas de emissões globais
COP26 (2021)
Reino Unido
Regulamentação do mercado de carbono
COP27 (2022)
Egito
Criação do fundo de perdas e danos
COP28 (2023)
Emirados Árabes
Compromisso para triplicar energias renováveis
COP30 (2025)
Brasil
Legado Amazônico e fortalecimento da bioeconomia
A COP30 tem o potencial de transformar a posição do Brasil na agenda climática internacional e deixar impactos estruturais duradouros para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. Os compromissos assumidos durante a conferência poderão moldar políticas ambientais nas próximas décadas.