O setor agrícola brasileiro vem passando por um processo de transformação tecnológica com a adoção crescente de soluções digitais. Entre as inovações em destaque está a tokenização de commodities — como soja, milho, café, gado e outros ativos físicos — por meio da Tecnologia blockchain. Essa integração permite a conversão desses ativos em criptoativos negociáveis, ampliando o acesso a financiamento e otimizando a gestão da produção.
A digitalização de commodities agrícolas, por meio de tokens lastreados em ativos reais, visa criar um mercado mais dinâmico e com maior liquidez, ao mesmo tempo em que reduz custos operacionais e amplia o alcance internacional dos produtores.
Tendência internacional
O uso de criptoativos em mercados de commodities também tem ganhado espaço em outros países. A Rússia, por exemplo, estuda a adoção de criptomoedas em negociações internacionais de petróleo, como forma de contornar sanções econômicas e facilitar transações entre países com restrições bancárias.
A movimentação aponta para uma tendência global de utilização de ativos digitais em setores como energia e agricultura, caracterizados por estruturas complexas e desafios regulatórios.
Além do petróleo, commodities como ouro, café e créditos de carbono também estão sendo tokenizados em diferentes regiões do mundo. A proposta é viabilizar operações com maior rastreabilidade, transparência e segurança — atributos considerados essenciais em setores de alto valor agregado.
Impactos no agronegócio
Segundo especialistas, a adoção de soluções baseadas em blockchain pode democratizar o acesso ao capital no campo, favorecer a entrada de pequenos e médios produtores em mercados financeiros mais modernos, além de facilitar a criação de novos modelos de negócio.
Entre os principais benefícios apontados estão:
- Redução de custos e aumento da eficiência: Ao eliminar intermediários, as transações via blockchain tendem a ser mais rápidas e econômicas que os métodos tradicionais.
- Transparência e rastreabilidade: A tecnologia registra todas as etapas das operações, o que facilita auditorias e eleva a conformidade com práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
- Acesso a mercados internacionais: As criptomoedas permitem que produtores realizem negócios com compradores estrangeiros de forma direta, contornando barreiras cambiais e bancárias.
Experiências no Brasil
No Brasil, algumas empresas já adotam essas tecnologias no agronegócio. Startups do setor têm utilizado plataformas que oferecem soluções de liquidez em criptoativos para seus clientes, com o objetivo de facilitar pagamentos, financiar a produção e ampliar o alcance comercial dos produtores rurais.
Embora a tecnologia ainda esteja em fase de amadurecimento, especialistas avaliam que a tendência é de crescimento da tokenização de ativos no campo, especialmente em um país com vocação agrícola como o Brasil.