O bilionário nigeriano Aliko Dangote consolidou-se como um dos símbolos mais poderosos da riqueza negra em escala global. Segundo a lista mais recente da Forbes, ele ocupa o 83º lugar entre os bilionários do mundo, com uma fortuna estimada em US$ 23,9 bilhões.
Da Nigéria ao cenário global
Nascido em 1957, em Kano, na Nigéria, Dangote cresceu em uma família de tradição comercial e foi criado pelo avô materno após a morte do pai. Estudou negócios na Universidade Al-Azhar, no Egito, e voltou ao país natal decidido a construir um império.
Nos anos 1970, iniciou sua trajetória no comércio de cimento com um empréstimo do tio. Em 1981, fundou o Grupo Dangote, que gradualmente migrou do comércio para a indústria de larga escala, com fábricas de sal, açúcar, farinha e massas. Em 2000, adquiriu a Benue Cement Co., abrindo caminho para transformar a companhia na maior produtora de cimento da África Subsaariana.
A refinaria bilionária
O salto mais expressivo de sua fortuna veio com a inauguração da Refinaria de Petróleo Dangote, em 2024. Considerada a maior da África, a obra levou mais de dez anos para ser concluída e já reposiciona a Nigéria no mercado global de energia.
“Foi o maior risco da minha vida. Se não desse certo, eu estaria acabado”, disse Dangote à Forbes em 2024.
Com participação de 92,3% na refinaria e 86% na Dangote Cement, além de ativos em açúcar, sal, fertilizantes, alimentos embalados e no United Bank for Africa, o conglomerado responde por cerca de um terço da capitalização da Bolsa da Nigéria.
Um bilionário entre poucos
Segundo a AfroTech, existem apenas 23 bilionários negros entre os mais de 3.000 bilionários globais, com uma riqueza combinada de US$ 96,2 bilhões – menos de 1% do total.
Mesmo nesse grupo seleto, Dangote se destaca, ultrapassando nomes como David Steward (US$ 11,4 bilhões), Robert F. Smith (US$ 10,8 bilhões), além de ícones culturais como Michael Jordan (US$ 3,5 bilhões), Oprah Winfrey (US$ 3 bilhões) e Jay-Z (US$ 2,5 bilhões).
Mais que um número
O sucesso de Aliko Dangote vai além da sua fortuna pessoal. Ele simboliza a ascensão da África como protagonista industrial e comercial no século XXI e evidencia os desafios de representatividade econômica em nível global.