Quais as expectativas do Governo com a Reforma Ministerial?

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Na última quarta-feira (28), a Reforma Ministerial foi oficializada pelo presidente Jair Bolsonaro e foi publicada algumas das mudanças na Casa Civil, Secretaria Geral da Presidência e no Ministério do Emprego e da Previdência Social.

Esta última foi uma pasta extinta no primeiro ano de mandato de Bolsonaro, e agora recriada com o nome “Emprego” no lugar de “Trabalho”, como era intitulada anteriormente.

Para analistas políticos, a Reforma vai além das mudanças decretadas no DOU (Diário Oficial da União) e visa uma tentativa estratégica de fortalecer as bases do Presidente com o Senado e os demais poderes.

O professor de Análise da Conjunção Política no CCT (Centro de Ciências e Tecnologia) da Universidade Presbiteriana Mackenzie Campinas, Luciano de Assis, diz que o objetivo da Reforma é ampliar a articulação do governo com o congresso, visando seu apoio, diante das pressões crescentes.

Para Márcio Coimbra, cientista político e coordenador da pós-graduação em Relações Institucionais e Governamentais da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília, o governo tem expectativas como obter maior estabilidade institucional , chegar ao final do atual mandato sem impeachment e se fortalecer para a candidatura em 2022.

“O presidente está buscando asfaltar o caminho de alianças para a sua tentativa de reeleição, então não estamos falando de aprovar agendas ou trazer novos sócios para o governo, e sim trazer estabilidade institucional e política, afastar o fantasma do impeachment e ampliar possibilidade de reeleição de Bolsonaro”.

Na Casa Civil, a novidade foi a entrada de Ciro Nogueira assumindo o antigo posto do general Luiz Eduardo Ramos, que voltou para a Secretaria Geral da Presidência.

Segundo Coimbra, Ciro é um senador há mais de 26 anos de extrema experiência no Congresso, o que facilita a interlocução entre o Governo e o Senado, ou seja, amplia a comunicação e ainda pode evitar desentendimentos entre os dois poderes como a própria CPI da Covid.

Coimbra afirma que, do ponto de vista político, a chegada de Ciro é positiva. “O governo não tinha nenhum nome do senado dentro de nenhuma de suas posições e ter alguém de lá é muito importante para fazer a interlocução entre o senado e o Palácio do Planalto”.

Entretanto, o professor ressalta que “existe uma troca de interesses, na qual Ciro está preparando sua candidatura para disputar o Governo no Piauí, e para isso ele irá fazer indicações a posições estratégicas dentro do Governo Federal”.

Luciano de Assis acredita que a aliança traz a possibilidade de articulação entre os poderes, mas também pode representar uma concessão ao grupo que representa a forma de política que o presidente propôs combater.

“Isso significa algum enfraquecimento. Essa decisão é sintomática do momento do governo, que perdeu força e precisou apelar para concessões fora da sua agenda original”.

A política anteriormente combatida pelo governo ao qual Luciano se refere é a própria aliança com o Centrão. Recentemente, o Vice-Presidente Hamilton Mourão declarou que tal alinhamento poderia deixar os eleitores bolsonaristas confusos.

Para Assis, a declaração revela uma contradição e o risco nela contido. Coimbra compartilha da mesma opinião. “Bolsonaro foi eleito com os movimentos a favor da Lava-Jato, liberais, conservadores e antipetistas.

Ao longo do tempo, ele foi criando uma nova política que passou a ser rifada, deixando seus eleitores mais órfãos. Com a aliança, ele ganha apoio político, mas perde apoio popular, entretanto, ainda assim a sua base mais aguerrida, que é cerca de 14% do eleitorado, deve continuar com ele”, explica.

Por fim, Coimbra analisa que a parceria pode ser bem sucedida, dependendo apenas de um bom entendimento entre ambos os lados.

“O centrão tem uma agenda própria de ocupação de espaços que o Governo terá de aprender a lidar bem. Todos devem se mover dentro da mesma direção com o mesmo objetivo, portanto as chances de a aliança funcionar são bem grandes”, afirma.

A Presbiteriana Mackenzie

A Faculdade Presbiteriana Mackenzie é uma instituição de ensino confessional presbiteriana, filantrópica e de perfil comunitário, que se dedica às ciências divinas, humanas e de saúde.

A instituição é comprometida com a formação de profissionais competentes e com a produção, disseminação e aplicação do conhecimento, inserida na sociedade para atender suas necessidades e anseios, e de acordo com princípios cristãos.

O Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM) é a entidade mantenedora e responsável pela gestão administrativa dos campi em três cidades do País: Brasília (DF), Curitiba (PR) e Rio de Janeiro (RJ). As Presbiterianas Mackenzie têm missão educadora, de cultura empreendedora e inovadora. Entre seus diferenciais estão os cursos de Medicina (Curitiba); Administração, Ciências Econômicas, Contábeis, Direito (Brasília e Rio); e Engenharia Civil (Brasília).

Em 2021, serão comemorados os 150 anos da instituição no Brasil. Ao longo deste período, a instituição manteve-se fiel aos valores confessionais vinculados à sua origem na Igreja Presbiteriana do Brasil.

Sobre a Universidade Presbiteriana Mackenzie

A Universidade Presbiteriana Mackenzie está na 103º posição entre as melhores instituições de ensino da América Latina, segundo a pesquisa QS Quacquarelli Symonds University Rankings, uma organização internacional de pesquisa educacional, que avalia o desempenho de instituições de ensino médio, superior e pós-graduação. Possui três campi no estado de São Paulo, em Higienópolis, Alphaville e Campinas.

Os cursos oferecidos pelo Mackenzie contemplam Graduação, Pós-Graduação Mestrado e Doutorado, Pós-Graduação Especialização, Extensão, EaD, Cursos In Company e Centro de Línguas Estrangeiras.

Em 2021, serão comemorados os 150 anos da instituição no Brasil. Ao longo deste período, a instituição manteve-se fiel aos valores confessionais vinculados à sua origem na Igreja Presbiteriana do Brasil.

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