Michel Temer articula candidatura de centro-direita para 2026 e defende fim da reeleição

Ex-presidente busca consenso entre governadores e apoia proposta de mandato mais longo sem possibilidade de recondução

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Foto: Reprodução/ Freepik

O ex-presidente Michel Temer tem atuado nos bastidores para viabilizar uma candidatura de centro-direita à Presidência da República em 2026. Segundo interlocutores, Temer busca consolidar um nome de perfil moderado e conservador que represente uma alternativa ao atual governo federal.

Ele já teria iniciado conversas com possíveis pré-candidatos, incluindo os governadores Romeu Zema (Novo – MG), Ronaldo Caiado (União Brasil – GO), Ratinho Junior (PSD – PR), Tarcísio de Freitas (Republicanos – SP) e Eduardo Leite (PSDB – RS).

A estratégia de Temer inclui a construção de um pacto de não-agressão entre esses potenciais candidatos, com o objetivo de evitar a fragmentação da direita e aumentar as chances de um nome competitivo no segundo turno.

A articulação também considera a possibilidade de o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva não disputar a reeleição, devido à idade.

Discussão sobre reeleição ganha força no Senado

Paralelamente ao debate sobre sucessão presidencial, avançam no Senado Federal propostas para a eliminação da reeleição no Executivo.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou a admissibilidade de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê o fim da reeleição e a ampliação do mandato presidencial — medida que ainda precisa passar por outras etapas no Congresso Nacional.

A proposta visa substituir o atual modelo de mandatos de quatro anos com possibilidade de recondução por mandatos únicos mais longos. Críticos da reeleição argumentam que o sistema atual estimula práticas populistas e decisões de governo voltadas à manutenção do poder, em vez de políticas de longo prazo.

A possível mudança no sistema eleitoral retoma o modelo anterior à aprovação da emenda da reeleição em 1997, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Impactos e exemplos internacionais

Para defensores da proposta, um mandato mais extenso, sem possibilidade de reeleição, aumentaria a autonomia do governante para adotar medidas impopulares, porém necessárias, sem o receio de perder apoio eleitoral.

O argumento é que isso poderia fortalecer a responsabilidade administrativa e melhorar a qualidade da gestão pública.

Inspirando-se em exemplos históricos, nomes como Winston Churchill, Charles de Gaulle e Konrad Adenauer são citados por seus papéis decisivos em momentos de crise e por representarem posturas de liderança voltadas ao interesse nacional.

Contexto político

A movimentação política de Michel Temer ocorre em um momento de crescente polarização no país. A proposta de uma candidatura de centro-direita busca atrair eleitores insatisfeitos tanto com o governo atual quanto com alternativas consideradas mais radicais.

A expectativa é de que, com um nome unificado, esse campo político possa se consolidar como uma terceira via competitiva nas eleições de 2026.

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