O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, garantiu nesta quinta-feira (24) que não planeja deixar o governo, mesmo após a demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. O ex-presidente é investigado por um suposto esquema de desvios de R$ 6,3 bilhões relacionados a aposentadorias e pensões. “Nenhuma chance de sair”, afirmou Lupi em entrevista ao Poder360.
Stefanutto, indicado por Lupi e no cargo desde julho de 2023, pediu demissão na quarta-feira (23) após ser alvo da Operação Sem Desconto, desencadeada pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU). A exoneração foi solicitada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e oficialmente publicada no Diário Oficial da União, além de um afastamento preventivo determinado pela Justiça Federal.
Segundo Demitido do INSS
Stefanutto torna-se o segundo presidente do INSS a ser desligado durante a gestão de Lula. O primeiro, Glauco Wamburg, saiu do cargo em junho de 2023, também em decorrência de denúncias de irregularidades. Lupi assumiu a responsabilidade pela indicação de Stefanutto, mas reafirmou que não há razões para seu afastamento do Ministério.
Detalhes da Operação Sem Desconto
A Operação Sem Desconto investiga um esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS, envolvendo convênios com diversas entidades sindicais e associativas. As investigações revelam que entre 2019 e 2024, cerca de R$ 6,3 bilhões foram desviados por meio da cobrança não autorizada de mensalidades, sendo que muitos dos aposentados entrevistados não reconheceram ou autorizam tais débitos. Além disso, várias entidades não possuem a estrutura mínima necessária para prestar os serviços prometidos.
As ações da operação resultaram na execução de 211 mandados de busca e apreensão e 6 mandados de prisão temporária em 13 estados e no Distrito Federal. Seis servidores do INSS foram afastados, incluindo Stefanutto, que apresentou sua demissão poucas horas depois do pedido do presidente. O governo também suspendeu os Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com as entidades implicadas e formou um grupo especial na Advocacia-Geral da União (AGU) para tentar recuperar os valores desviados.