No seu primeiro discurso ao Congresso americano em 2025, o presidente Donald Trump deixou claro que pretende marcar seu retorno ao poder com decisões firmes e controversas. Entre as declarações mais impactantes da noite, Trump afirmou: “Eu retirei os Estados Unidos do acordo climático de Paris e do Conselho de Direitos Humanos da ONU”.
Para Trump, essa decisão é parte de uma estratégia maior de “recuperar a soberania americana” e proteger a economia do país de regulamentações ambientais e contribuições financeiras que, segundo ele, prejudicam os interesses dos trabalhadores e da indústria nacional.
O presidente destacou que, ao sair do acordo climático, os Estados Unidos se libertam de compromissos que considera injustos, uma vez que outros países, especialmente nações em desenvolvimento, estariam sujeitos a regras menos rígidas. Trump argumentou que o Acordo de Paris impõe custos elevados à indústria americana e dificulta a competitividade global.
Além do tema ambiental, Trump também anunciou a saída do Conselho de Direitos Humanos da ONU, apontando alegada parcialidade do órgão contra os Estados Unidos e seus aliados. Para o presidente, é hora de os EUA direcionarem seus recursos para causas domésticas e programas que fortaleçam diretamente a segurança, a economia e a infraestrutura do país.
EUA fora do acordo climático de Paris
Logo no seu primeiro dia de volta à Casa Branca, Trump assinou uma ordem executiva determinando a retirada formal dos Estados Unidos do Acordo de Paris. A decisão foi comunicada rapidamente às Nações Unidas e ao secretariado da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudança do Clima (UNFCCC), oficializando o retorno da postura isolacionista americana na agenda climática global.

Essa não foi a primeira vez que Trump tomou essa medida. Durante seu primeiro mandato, em 2017, ele já havia anunciado a saída do acordo, alegando razões semelhantes: preservação da independência econômica, proteção da indústria nacional e oposição ao que chamou de “transferência de riqueza americana para outras nações”. A decisão foi revertida por Joe Biden em 2021, quando os EUA retornaram ao pacto climático.
Com a nova retirada, Trump reforça sua visão de que as políticas ambientais globais devem ser adaptadas à realidade de cada país, sem imposições externas ou compromissos financeiros que, segundo ele, afetam diretamente o crescimento econômico americano.
O que significa a saída do acordo climático de Paris
A nova retirada dos Estados Unidos do Acordo climático de Paris gera uma série de impactos, tanto internos quanto externos. Abaixo, destacamos os principais:
Benefícios esperados
- Menor regulação ambiental para empresas americanas.
- Redução de custos de conformidade para setores industriais.
- Estímulo ao aumento da produção de combustíveis fósseis, especialmente petróleo e gás.
- Mais flexibilidade para definir metas ambientais internas, sem pressões externas.
Malefícios e riscos
- Isolamento diplomático em temas ambientais.
- Perda de liderança global na agenda climática.
- Risco de sanções comerciais por parte de parceiros econômicos com forte agenda ambiental.
- Impacto negativo para setores em crescimento, como energia renovável e tecnologias verdes.
Consequências para a economia e sociedade
Impacto | Consequência |
---|---|
Setor energético | Maior incentivo a combustíveis fósseis, possível desincentivo a energia limpa |
Relações comerciais | Possíveis barreiras tarifárias de países com metas climáticas rígidas |
Clima e meio ambiente | Aumento potencial nas emissões de CO2 |
Empregos | Criação de empregos em petróleo e gás, possível perda em renováveis |
O posicionamento de Trump é visto por alguns setores como um retorno ao “pragmatismo econômico”, colocando o crescimento e a soberania nacional à frente de compromissos multilaterais. Por outro lado, críticos alertam para a perda de competitividade no mercado global de tecnologias verdes e para o agravamento da crise climática, cujos efeitos extremos já são sentidos em diversas regiões do mundo.
Como a comunidade internacional reage à decisão
A reação internacional à saída dos EUA do acordo climático de Paris foi majoritariamente negativa. Líderes da União Europeia, como Ursula von der Leyen, lamentaram profundamente a decisão, classificando-a como um retrocesso num momento crítico para a transição energética global.
Países emergentes e pequenas nações insulares, particularmente vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas, também expressaram preocupação com o enfraquecimento da cooperação internacional. Por outro lado, aliados de Trump dentro dos Estados Unidos e em alguns setores industriais aplaudiram a decisão como uma medida de proteção econômica legítima.
Com essa decisão, os Estados Unidos se juntam a um grupo restrito de países fora do acordo climático de Paris, incluindo Irã, Iémen e Coreia do Norte, reforçando a polarização em torno da agenda ambiental.