“Eu retirei os EUA do acordo climático de Paris”, diz Trump; saiba as consequências

Trump reafirma postura no primeiro discurso ao Congresso em 2025 e destaca nova retirada do pacto climático internacional

Donald Trump

History in HD/Unsplash

No seu primeiro discurso ao Congresso americano em 2025, o presidente Donald Trump deixou claro que pretende marcar seu retorno ao poder com decisões firmes e controversas. Entre as declarações mais impactantes da noite, Trump afirmou: “Eu retirei os Estados Unidos do acordo climático de Paris e do Conselho de Direitos Humanos da ONU”.

Para Trump, essa decisão é parte de uma estratégia maior de “recuperar a soberania americana” e proteger a economia do país de regulamentações ambientais e contribuições financeiras que, segundo ele, prejudicam os interesses dos trabalhadores e da indústria nacional.

O presidente destacou que, ao sair do acordo climático, os Estados Unidos se libertam de compromissos que considera injustos, uma vez que outros países, especialmente nações em desenvolvimento, estariam sujeitos a regras menos rígidas. Trump argumentou que o Acordo de Paris impõe custos elevados à indústria americana e dificulta a competitividade global.

Além do tema ambiental, Trump também anunciou a saída do Conselho de Direitos Humanos da ONU, apontando alegada parcialidade do órgão contra os Estados Unidos e seus aliados. Para o presidente, é hora de os EUA direcionarem seus recursos para causas domésticas e programas que fortaleçam diretamente a segurança, a economia e a infraestrutura do país.

EUA fora do acordo climático de Paris

Logo no seu primeiro dia de volta à Casa Branca, Trump assinou uma ordem executiva determinando a retirada formal dos Estados Unidos do Acordo de Paris. A decisão foi comunicada rapidamente às Nações Unidas e ao secretariado da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudança do Clima (UNFCCC), oficializando o retorno da postura isolacionista americana na agenda climática global.

EUA
EUA está fora do acordo de Paris (Imagem: David Everett Strickler/Unsplash)

Essa não foi a primeira vez que Trump tomou essa medida. Durante seu primeiro mandato, em 2017, ele já havia anunciado a saída do acordo, alegando razões semelhantes: preservação da independência econômica, proteção da indústria nacional e oposição ao que chamou de “transferência de riqueza americana para outras nações”. A decisão foi revertida por Joe Biden em 2021, quando os EUA retornaram ao pacto climático.

Com a nova retirada, Trump reforça sua visão de que as políticas ambientais globais devem ser adaptadas à realidade de cada país, sem imposições externas ou compromissos financeiros que, segundo ele, afetam diretamente o crescimento econômico americano.

O que significa a saída do acordo climático de Paris

A nova retirada dos Estados Unidos do Acordo climático de Paris gera uma série de impactos, tanto internos quanto externos. Abaixo, destacamos os principais:

Benefícios esperados

Malefícios e riscos

Consequências para a economia e sociedade

ImpactoConsequência
Setor energéticoMaior incentivo a combustíveis fósseis, possível desincentivo a energia limpa
Relações comerciaisPossíveis barreiras tarifárias de países com metas climáticas rígidas
Clima e meio ambienteAumento potencial nas emissões de CO2
EmpregosCriação de empregos em petróleo e gás, possível perda em renováveis

O posicionamento de Trump é visto por alguns setores como um retorno ao “pragmatismo econômico”, colocando o crescimento e a soberania nacional à frente de compromissos multilaterais. Por outro lado, críticos alertam para a perda de competitividade no mercado global de tecnologias verdes e para o agravamento da crise climática, cujos efeitos extremos já são sentidos em diversas regiões do mundo.

Como a comunidade internacional reage à decisão

A reação internacional à saída dos EUA do acordo climático de Paris foi majoritariamente negativa. Líderes da União Europeia, como Ursula von der Leyen, lamentaram profundamente a decisão, classificando-a como um retrocesso num momento crítico para a transição energética global.

Países emergentes e pequenas nações insulares, particularmente vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas, também expressaram preocupação com o enfraquecimento da cooperação internacional. Por outro lado, aliados de Trump dentro dos Estados Unidos e em alguns setores industriais aplaudiram a decisão como uma medida de proteção econômica legítima.

Com essa decisão, os Estados Unidos se juntam a um grupo restrito de países fora do acordo climático de Paris, incluindo Irã, Iémen e Coreia do Norte, reforçando a polarização em torno da agenda ambiental.

Sair da versão mobile