Nos últimos dias, uma grande polêmica tomou conta do futebol brasileiro: diversos jogadores renomados se uniram em uma campanha contra o uso de gramado sintético nos estádios do país. A discussão envolve atletas de peso como Neymar, Gabigol, Thiago Silva e Lucas Moura, que expressaram insatisfação com a crescente adoção desse tipo de piso por alguns clubes da Série A do Brasileirão.
O debate se intensificou com a resposta de algumas equipes, que defendem o gramado artificial como uma solução viável para manter a qualidade dos campos durante toda a temporada.
Por que o gramado sintético gera tanta polêmica?
O principal argumento dos jogadores contrários a esse tipo de gramado é o impacto que ele teria na dinâmica do jogo e na segurança dos atletas.
Segundo eles, o piso artificial altera a forma como a bola rola e quica, tornando o jogo menos previsível e prejudicando a qualidade técnica das partidas.
Muitos jogadores também acreditam que o gramado sintético pode aumentar o risco de lesões, especialmente em articulações como joelhos e tornozelos, o que levanta preocupações sobre a longevidade da carreira dos atletas.
Por outro lado, os clubes que adotaram o gramado artificial argumentam que ele é uma solução prática para problemas recorrentes em gramados naturais, como buracos, irregularidades e dificuldades de manutenção devido ao alto número de jogos e eventos realizados nos estádios.
Jogadores se posicionam
Vários jogadores de renome se uniram contra o uso do gramado sintético. Entre eles estão:
Neymar
Lucas Moura
Thiago Silva
Philippe Coutinho
Gabigol
Dudu
Cássio
Memphis Depay
Gerson
Arrascaeta
Bruno Henrique
Alan Patrick
David Luiz
A mensagem compartilhada nas redes sociais criticando a utilização desse tipo de campo no Brasil é a seguinte:
Preocupante ver o rumo que o futebol brasileiro está tomando. É um absurdo a gente ter que discutir gramado sintético em nossos campos. Objetivamente, com tamanho e representatividade que tem o nosso futebol, isso não deveria nem ser uma opção. A solução para um gramado ruim é fazer um gramado bom, simples assim. Nas ligas mais respeitadas do mundo os jogadores são ouvidos e investimentos são feitos para assegurar a qualidade do gramado nos estádios. Trata-se de oferecer qualidade para quem joga e assiste. Se o Brasil deseja definitivamente estar inserido como protagonista no mercado do futebol mundial, a primeira medida deveria ser exigir qualidade do piso que os atletas jogam e treinam. FUTEBOL PROFISSIONAL NÃO SE JOGA EM GRAMADO SINTÉTICO!
Neymar se posiciona contra o gramado sintético (Imagem: Captura de tela/Instagram/Neymar Jr)
O movimento ganhou ainda mais força depois que Neymar se recusou a jogar em estádios com gramado artificial, o que levou o Santos a desistir de realizar uma partida no Allianz Parque, casa do Palmeiras.
O posicionamento dos clubes
Os clubes que utilizam gramado sintético, como Palmeiras, Botafogo e Athletico-PR, defendem que essa solução melhora a qualidade do campo ao longo da temporada e evita problemas comuns em gramados naturais mal cuidados.
A diretoria do Palmeiras, por exemplo, rebateu as críticas dos jogadores, alegando que o gramado do Allianz Parque tem certificação da Fifa e que não há comprovação científica de que ele aumenta o risco de lesões. O clube ainda destacou que o Palmeiras é um dos times com menor índice de contusões na Série A.
Diante da publicação realizada conjuntamente por alguns jogadores contra a utilização de gramados artificiais no futebol brasileiro, a Sociedade Esportiva Palmeiras esclarece que:
– O campo sintético do Allianz Parque é certificado pela Fifa, que realiza inspeções anuais desde a… pic.twitter.com/O8aIYYc3rY
Além disso, a adoção desse tipo de gramado tem sido uma estratégia dos clubes para aumentar a rentabilidade de seus estádios, permitindo que recebam eventos e shows sem comprometer a qualidade do campo para as partidas de futebol.
O debate sobre o uso de gramado sintético no Brasil está longe de ser consensual. Enquanto os jogadores defendem que o futebol deve ser jogado em grama natural para preservar a qualidade do esporte e a segurança dos atletas, os clubes argumentam que a solução sintética oferece vantagens estruturais e econômicas. Com a CBF prestes a revisar as regras do Brasileirão, a pressão dos jogadores pode influenciar decisões futuras sobre o tema.