Perspectivas para a economia brasileira em 2022

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Minhas expectativas para a economia brasileira em 2022 não são otimistas e estáveis. Ao contrário, será um ano com muita volatilidade.

Esta afirmação está fundamentada nas medidas fiscais populistas aprovadas em 2021, na elevação da taxa de juros pelo FED e por ser um ano eleitoral no Brasil.

As medidas fiscais como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos precatórios, do teto de gastos e da Lei de Responsabilidade Fiscal, que além de constitucionalizar o “calote” em dívidas reconhecidas pela última instância do judiciário, propõe a revogação da Lei de Responsabilidade Fiscal e do Teto de Gastos.

Estes fatos implicam em descrédito com relação a condução da política fiscal, impactando em aumento da dívida pública, consequentemente no aumento do risco dos títulos do governo, desvalorização do Real e aumento da taxa básica de juros, aumentando o custo de capital e reduzindo o consumo futuro com objetivo de reduzir o impacto inflacionário.

A elevação da taxa de juros pelo FED, para conter a inflação nos Estados Unidos, tem impacto mundial.

No caso da economia brasileira, já fragilizada pelas medidas de política fiscal citadas anteriormente, estimularam o aumento da taxa de inflação oficial do Brasil, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), para valores superiores a 10% ao ano.

Este fato terá como consequência a elevação da taxa básica de juros, SELIC, para valores superiores a 10% ao ano. Vale lembrar que, em dezembro de 2021, está em 9,25% ao ano sendo que janeiro de 2021 estava em 2% ao ano.

Os resultados desta política monetária serão negativos, pois pouco contribuirão para reduzir o impacto inflacionário. Ela aumentará o custo de capital, reduzirá o consumo e elevará a taxa de desemprego que, atualmente está em 12,6%.

O ano de 2022 é um ano eleitoral e, atualmente no Brasil, temos presenciado a radicalização das posições políticas, que tiveram início com Lula, quando discriminava “nós versus eles”, e aprofundada com Bolsonaro.

A minha análise em dezembro de 2021 é que temos três cenários com maior probabilidade de ocorrência:

1º) uma disputa eleitoral bastante acirrada com o atual presidente e sua base parlamentar ampliando os gastos públicos com objetivo de conquistar eleitores.

Caso esta política tenha efeito no curto prazo, o atual presidente poderá realizar uma política fiscal mais prudente, construindo as bases para seu próximo mandato.

2º) também é de uma disputa eleitoral bastante acirrada sem o resultado esperado de conquista dos eleitores. Desta forma, o atual governo poderá promover ampliação de gastos, pois não respeita a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei do Teto de Gastos e, poderá inviabilizar ações do próximo governo.

3º) é a percepção de que Lula vencerá no primeiro turno e a base do atual governo migrar e não aprovar os gastos excessivos e criar condições para as reformas do próximo governo.

Desta forma posso concluir que enfrentaremos momentos de intensa volatilidade econômica e política e que os cenários podem ser alterados caso apareça uma grande novidade como via alternativa aos dois atuais candidatos à presidência da república.

Paulo Dutra Costantin, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Graduado em Ciências Econômicas e doutor em Administração

Sobre a Universidade Presbiteriana Mackenzie

A Universidade Presbiteriana Mackenzie está na 103º posição entre as melhores instituições de ensino da América Latina, segundo a pesquisa QS Quacquarelli Symonds University Rankings, uma organização internacional de pesquisa educacional, que avalia o desempenho de instituições de ensino médio, superior e pós-graduação.

Possui três campi no estado de São Paulo, em Higienópolis, Alphaville e Campinas.

Os cursos oferecidos pelo Mackenzie contemplam Graduação, Pós-Graduação Mestrado e Doutorado, Pós-Graduação Especialização, Extensão, EaD, Cursos In Company e Centro de Línguas Estrangeiras.

Em 2021, serão comemorados os 150 anos da instituição no Brasil. Ao longo deste período, a instituição manteve-se fiel aos valores confessionais vinculados à sua origem na Igreja Presbiteriana do Brasil.

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