Brasil retoma importação de energia da Venezuela, mas volume ainda precisa aumentar

Torres de sustentação para cabos de alta tensão e energia elétrica, representando a importação de energia elétrica.

A operação, orquestrada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), visa reduzir custos e aumentar a segurança energética em Roraima.

No último dia 14, o Brasil voltou a importar energia elétrica da Venezuela, segundo informações divulgadas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

A transmissão ocorre pela linha Boa Vista/Santa Elena, conectando o sistema elétrico de Roraima ao país vizinho. No entanto, os volumes importados ainda estão abaixo do planejado, o que gera preocupação sobre a estabilidade da operação.

A iniciativa de retomar esse intercâmbio energético faz parte de um plano para reduzir custos e aumentar a confiabilidade do fornecimento elétrico no estado de Roraima, o único do Brasil não integrado ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

Segundo estimativas do ONS, a importação pode representar uma economia de até R$ 500 mil por dia.

Volumes importados abaixo da expectativa

A previsão inicial era de que a importação atingisse 15 megawatts (MW), mas os primeiros dias registraram números inferiores.

No início das operações, no dia 14, apenas 6 MW foram recebidos, e no sábado (15), o volume chegou a 7 MW. No domingo (16), o intercâmbio ficou em 9 MW, ainda abaixo do esperado.

Um dos fatores que podem ter influenciado essa redução foi uma falha na linha de transmissão Boa Vista/Santa Elena, registrada no sábado. O incidente também afetou a usina Jaguatirica II, que estava operando com 67 MW, resultando na interrupção de 103 MW no sistema de Roraima.

Investimento e impacto financeiro

Para viabilizar a importação, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a destinação de R$ 41,24 milhões da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC). Esse fundo subsidia a geração de energia em sistemas isolados, como o de Roraima, que depende de termelétricas.

A compra da energia da Venezuela está sendo realizada pela Bolt Energy Comercializadora, ao custo de R$ 1.096,11 por megawatt-hora (MWh). No ano passado, a Aneel havia aprovado um investimento semelhante com outra empresa, mas a operação não foi concretizada.

A retomada da importação representa um passo importante para a segurança energética de Roraima, mas os desafios operacionais ainda precisam ser superados para que o abastecimento seja estabilizado e os benefícios financeiros sejam plenamente alcançados.

* Com informações do InfoMoney

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