A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) emitiu nesta terça-feira (15) um forte alerta ao Brasil, China e Índia, sinalizando a possibilidade de sanções econômicas severas caso estes países mantenham ou ampliem relações comerciais com a Rússia no atual contexto geopolítico.
A advertência foi feita durante uma reunião com senadores dos Estados Unidos no Capitólio, em meio à crescente pressão por parte do Ocidente para isolar economicamente Moscou devido à continuidade do conflito com a Ucrânia.
Segundo o comunicado, as nações que persistirem em negociar petróleo, gás e recursos estratégicos com a Rússia poderão enfrentar tarifas de até 100% sobre seus produtos. A OTAN estabeleceu um prazo de 50 dias para que a Rússia avance com negociações concretas de cessar-fogo e retomada do diálogo diplomático.
Comércio Brasil–Rússia sob risco
Em 2024, o Brasil importou aproximadamente US$ 12 bilhões da Rússia, com destaque para petróleo e minerais. A aliança militar cita essas cifras como parte das preocupações com o fortalecimento econômico russo em meio às sanções do Ocidente. A China lidera as transações comerciais com Moscou, seguida por Índia e Brasil, todos membros do grupo BRICS.
Reação da Rússia
Em resposta, o chanceler russo Sergei Lavrov declarou em conferência na China que “a Rússia está preparada para suportar uma nova rodada de sanções econômicas” e reforçou que o país está em processo de reorientação geoeconômica, apoiando-se em mercados emergentes.
Durante a recente Cúpula dos BRICS no Rio de Janeiro, representantes do governo russo afirmaram que “o modelo de globalização liderado pelo Ocidente se tornou obsoleto”, defendendo maior integração entre países em desenvolvimento.