Apenas 28,67% dos profissionais brasileiros acreditam que suas lideranças estão totalmente preparadas para os desafios da gestão atual, segundo levantamento de 2024.
O dado reforça a percepção de que o desenvolvimento de lideranças continuará sendo uma das principais prioridades para o setor de Recursos Humanos em 2025, sendo apontado como principal desafio por quase metade dos profissionais da área.
O cenário é ainda mais delicado quando se considera que 90% das empresas brasileiras têm perfil familiar, mas somente 30% delas alcançam a terceira geração — e, dessas, metade consegue sobreviver no mercado.
Em resposta a esse contexto, iniciativas de formação prática vêm ganhando força, como o evento promovido pelo Conselho, grupo criado pela SME The New Economy, que reuniu empresários no Fasano Jardins, em São Paulo.
O Conselho: formação de líderes por meio de conexões reais
Criado pela SME, o Conselho é um ambiente voltado à troca de experiências entre líderes empresariais de diferentes gerações. Seus membros, que acessam uma programação anual mediante pagamento de anuidade, participam de mentorias, debates e encontros presenciais que buscam unir teoria e prática da chamada nova economia.
Atualmente, as empresas representadas por seus membros somam um faturamento anual estimado em R$ 200 bilhões. Os participantes são divididos em quatro grupos: “100” (faturamento superior a R$ 1 bilhão), “Next” (jovens até 24 anos), “Pib” (acima de 40 anos) e “Business” (empreendedores self-made).
Formação prática e foco em sucessão
Entre os desdobramentos do Conselho, destaca-se a Jornada Leaders, formação intensiva de dois dias voltada a jovens interessados em assumir papéis de liderança.
A proposta busca preencher lacunas deixadas pelo ensino superior tradicional, com atividades práticas conduzidas por nomes de destaque do empresariado nacional, como João Appolinário (Polishop) e Marcello Tadeu (Cacau Show).
Segundo Theo Braga, fundador da SME The New Economy, o objetivo do Conselho e da Jornada é preparar sucessores com visão estratégica e comprometidos com a continuidade e o crescimento dos negócios.
“O Brasil não precisa apenas de herdeiros, mas de líderes prontos para construir os próximos 50 anos do setor empresarial”, afirmou.
A proposta tem como pano de fundo a transformação no papel das marcas, que, segundo Braga, estão se tornando comunidades. O Conselho, neste sentido, se apresenta como uma plataforma que conecta experiência de mercado, formação empreendedora e oportunidades de negócios para a nova geração de lideranças.