Brasil e México reforçam exigências no comércio automotivo e empresas buscam alternativas para reduzir custos

Mudanças no Acordo de Complementação Econômica (ACE 55) aumentam custos para montadoras, que apostam em regimes especiais e tecnologia para manter competitividade em 2025.

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Foto: Reprodução/ Freepik

A lista de exceção prevista no Acordo de Complementação Econômica entre Brasil e México (ACE 55), que flexibilizava o índice de conteúdo regional exigido para a indústria automobilística, encerrou-se em março de 2019.

Desde então, as empresas passaram a cumprir a exigência mínima de 40% de conteúdo regional para autopeças no comércio entre os dois países.

Impacto financeiro para as montadoras

Um levantamento realizado à época pela consultoria Becomex estimava que a mudança poderia gerar acréscimos de até 18% nos impostos recolhidos pelo setor automotivo, resultando em impacto superior a R$ 1 bilhão por ano nos custos das empresas.

Seis anos depois, em 2025, o tema continua sendo discutido como um dos principais pontos de atenção para a competitividade da indústria instalada no Brasil.

Estratégias para reduzir custos

Especialistas afirmam que a elevação dos custos exige que fabricantes busquem estratégias de mitigação, seja por meio do aproveitamento de regimes especiais, como o de Autopeças Não Produzidas, previsto no programa Rota 2030, seja pela adoção de novas tecnologias de gestão e compliance tributário.

Um exemplo citado por analistas mostra que, em uma das montadoras instaladas no país, o impacto inicial das novas regras sobre produtos comercializados entre Brasil e México poderia alcançar US$ 20 milhões anuais.

No entanto, o uso de metodologias de integração com fornecedores e regimes especiais reduziu esse valor em 75%, limitando o custo adicional a cerca de US$ 5 milhões.

O papel da Tecnologia e da inteligência artificial

De acordo com especialistas da área, soluções baseadas em inteligência artificial e no cruzamento automatizado de dados têm sido incorporadas pelas empresas para dar maior agilidade aos processos e assegurar o cumprimento das regras fiscais.

Competitividade e futuro do setor

“Unificar a cadeia produtiva e utilizar de forma estratégica os regimes especiais é uma alternativa essencial para manter a viabilidade do comércio entre Brasil e México, além de reforçar a competitividade da indústria nacional no mercado global”, avalia Jersony Souza, especialista em operações tributárias.

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