Nos últimos anos, as relações comerciais entre Brasil, China e EUA têm sido marcadas por disputas e negociações intensas. Agora, a indústria siderúrgica americana volta sua atenção ao Brasil, classificando-o como a “China da América Latina” e questionando políticas de incentivo do governo brasileiro ao setor.
A acusação parte da Steel Manufacturers Association (SMA), que, em carta à Casa Branca, argumenta que o Brasil pratica subsídios excessivos na siderurgia.
O documento, assinado pelo presidente da entidade, Philip Bell, foi enviado ao Escritório de Representação Comercial dos EUA (USTR) como parte de uma consulta pública sobre práticas comerciais consideradas desleais.
O que está por trás da acusação?
Entre os pontos citados por Philip Bell em sua carta, ele diz que o Brasil tem uma capacidade de produção de aço de 50,9 milhões de toneladas, mas, em 2023, utilizou apenas 31,8 milhões de toneladas dessa capacidade.
Mesmo diante dessa ociosidade, as siderúrgicas brasileiras anunciaram um plano de expansão de R$ 100 bilhões, o que gerou preocupação na indústria americana.
A SMA destaca que os EUA importam grandes volumes de aço semiacabado do Brasil, utilizado para fabricar produtos finais para setores como construção civil, automóveis e infraestrutura. Dados da entidade mostram que, em 2024, 70% das placas de aço importadas pelos EUA vieram do Brasil.
Além disso, Bell menciona que o governo brasileiro oferece incentivos financeiros via Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Linhas de crédito, como o Finame – Baixo Carbono, são citadas como exemplos de políticas que favorecem a competitividade brasileira no mercado global.
A relação comercial Brasil-EUA pode ficar estremecida?
A pressão da indústria siderúrgica americana ocorre em um contexto de crescente protecionismo dos EUA, que já impuseram tarifas de 25% sobre o aço importado, incluindo o brasileiro. A possibilidade de novas restrições pode afetar ainda mais as exportações do Brasil.
O governo brasileiro, por sua vez, defende que suas políticas visam impulsionar a economia nacional e gerar empregos, sem violar regras do comércio internacional. No entanto, o embate com os EUA reforça os desafios da indústria siderúrgica brasileira na arena global.
* Com informações de CNN Brasil