eSports: o novo “Clube de Polo” da nova geração rica

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RDNE Stock project/Pexels

Nos últimos anos, os eSports emergiram como uma indústria bilionária, atraindo não apenas jogadores e fãs, mas também jovens milionários que veem nesse setor uma oportunidade de investimento e status social. Assim como o polo era tradicionalmente associado à elite, os eSports tornaram-se o novo “clube de polo” da geração contemporânea abastada.

A indústria de eSports tem experimentado um crescimento impressionante. Um estudo da Global Newswire estima que o mercado global alcance US$ 7,5 bilhões até 2030, impulsionado por uma taxa de crescimento anual composta de 21,5%. Esse aumento é atribuído à crescente digitalização, ao aumento da audiência e aos investimentos significativos de patrocinadores e anunciantes.

Além disso, a popularidade dos eSports levou à sua inclusão em eventos esportivos tradicionais. Por exemplo, os Jogos Asiáticos de Hangzhou incorporaram competições de eSports, oferecendo medalhas de ouro em sete jogos, incluindo League of Legends e Dota 2. Essa integração ressalta a crescente legitimidade e reconhecimento dos eSports como uma forma de competição esportiva.

Jovens milionários envolvidos nos eSports

Atraídos pelo potencial lucrativo e pela conexão com uma audiência jovem e engajada, vários jovens milionários e celebridades têm investido no cenário dos eSports, assumindo papéis como patrocinadores, proprietários de times e investidores.

Entre os muitos nomes que vêm investindo no cenário dos eSports, destacam-se celebridades e jovens milionários que identificaram no setor uma forma de diversificar seus negócios e se conectar com um público jovem e digital. Um dos exemplos mais emblemáticos é Lionel Messi, que se tornou coproprietário da Krü Esports, organização fundada por seu ex-companheiro de seleção, Sergio “Kun” Agüero. A equipe tem se destacado em competições internacionais, especialmente em jogos como Valorant e FIFA, reforçando a interseção entre esportes tradicionais e eletrônicos.

Outro nome de peso é David Beckham, que cofundou a Guild Esports. A organização britânica fez história ao se tornar a primeira equipe de eSports listada na Bolsa de Valores de Londres, um movimento que evidenciou o amadurecimento do setor. Com foco em títulos populares como Fortnite, Valorant e FIFA, a Guild é uma referência em profissionalismo e estrutura.

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No universo da música, o rapper canadense Drake também decidiu apostar nos eSports ao investir na 100 Thieves, uma organização com sede em Los Angeles que atua como equipe competitiva e marca de lifestyle. Conhecida pelo apelo fashion e pelas campanhas de marketing inovadoras, a 100 Thieves é uma das queridinhas da geração Z.

Seguindo essa tendência, o DJ e produtor Steve Aoki se associou à Rogue, equipe norte-americana com presença marcante em ligas como a LCS de League of Legends. Aoki, que é notoriamente gamer, já afirmou que sua paixão por jogos foi um fator decisivo para entrar nesse universo como empreendedor.

Motivações por trás dos investimentos

A decisão desses jovens milionários de investir nos eSports é motivada por diversos fatores, como a conexão com o público jovem, já que os eSports possuem uma base de fãs digitalmente engajada, oferecendo uma plataforma para marcas e investidores alcançarem esse demográfico de forma autêntica.

O mercado de eSports também apresenta oportunidades de diversificação, permitindo que investidores ampliem seus portfólios em uma indústria em rápido crescimento, e com a projeção de crescimento contínuo da indústria, há uma expectativa de retornos financeiros significativos para os investidores iniciais.

Impacto no cenário dos eSports

A entrada de investidores influentes tem provocado mudanças significativas no cenário dos eSports. Um dos impactos mais evidentes é a profissionalização do setor. O envolvimento de figuras públicas e celebridades não apenas confere visibilidade à indústria, mas também reforça sua legitimidade, atraindo a atenção de grandes marcas, patrocinadores e novos talentos. Esse processo tem elevado os padrões operacionais e organizacionais, tornando os eSports comparáveis a modalidades esportivas tradicionais.

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eSports é o novo “Clube de Polo” da nova geração rica (Imagem: ella don/unsplash)

Outro efeito direto é o aumento de investimentos. A presença de nomes renomados e capital privado impulsiona o crescimento das organizações, permitindo a construção de estruturas mais robustas, o desenvolvimento de centros de treinamento, e o pagamento de salários competitivos para atletas profissionais. Com mais recursos, as equipes conseguem disputar torneios internacionais em alto nível e ampliar sua presença global.

Além disso, a entrada de celebridades tem promovido uma fusão entre diferentes culturas — como o esporte tradicional, o entretenimento e o universo gamer — criando um ecossistema mais dinâmico e inovador. Essa interseção permite parcerias inéditas, eventos híbridos e novos formatos de conteúdo que atraem públicos diversificados e mantêm o setor em constante evolução.

Apesar do crescimento acelerado e promissor, o universo dos eSports ainda enfrenta desafios importantes. Um dos principais é a Sustentabilidade financeira. Com a velocidade da expansão e os altos custos operacionais, garantir que as organizações sejam economicamente viáveis no longo prazo é uma preocupação constante. Nem todas as equipes conseguem acompanhar o ritmo das maiores franquias, o que pode gerar instabilidade no ecossistema.

Os eSports já se consolidaram como o novo “clube de polo” da juventude milionária. É um universo que oferece uma mistura de paixão, prestígio e inovação. Jovens empresários, atletas e artistas veem na indústria uma plataforma moderna para expressar estilo de vida, influenciar tendências e construir marcas próprias. À medida que o setor se expande, é natural que mais investidores desse perfil se envolvam, moldando o futuro dos eSports e firmando sua posição como um dos pilares da cultura digital global.

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