O Comércio eletrônico realizado por meio de redes sociais cresce em ritmo acelerado no Brasil. Dados da Statista indicam expansão média anual de 20%, consolidando o país como um dos principais mercados de influência digital aplicada às Vendas Diretas.
Atualmente, mais de 3 milhões de empreendedores brasileiros utilizam plataformas como TikTok, Instagram e WhatsApp para comercializar produtos.
A tendência acompanha um movimento global que, segundo a eMarketer, deve alcançar US$ 500 bilhões em transações até 2025.
Do consultor tradicional ao criador digital
Especialistas apontam que o fenômeno é uma digitalização de práticas já comuns ao setor. Antes mesmo da ascensão das redes sociais, o consultor de vendas diretas desempenhava papel semelhante ao de um influenciador, utilizando relações pessoais, confiança e experiência para promover produtos.
Com a ampliação do alcance pelas plataformas digitais, esse processo se profissionalizou e abriu espaço para novos formatos de engajamento e monetização.
Mercado brasileiro em expansão
De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Venda Direta (ABEVD), o setor movimentou R$ 50 bilhões em 2024 no Brasil.
O crescimento está diretamente ligado à chamada Creator Economy, em que indivíduos transformam conhecimento e vivências em conteúdos digitais capazes de atrair comunidades fiéis.
Segundo a presidente da ABEVD, Adriana Colloca, esse modelo moderniza a venda direta, aproxima os consultores dos consumidores e atrai jovens interessados em flexibilidade e propósito no trabalho.
Histórias de empreendedores digitais
Casos individuais ilustram a transformação do setor. A capixaba Ana Clara Domingues, de 23 anos, e o namorado Marcus Vinicius, de 25, atuam como revendedores de produtos de nutrição desde 2019.
O casal utiliza uma rotina de postagens frequentes para atrair clientes e relatar conquistas.
Em Sorocaba (SP), Bruna Vergili, 30, e Matheus Correa, 32, também exploram as redes sociais para impulsionar seu negócio de venda direta.
Em 2023, um vídeo publicado durante a Páscoa ultrapassou 1 milhão de visualizações, aumentando significativamente as vendas. Para eles, a constância e a humanização da comunicação foram determinantes para conquistar a confiança do público.
Perspectivas
A ABEVD avalia que a integração entre redes sociais, marcas consolidadas e empreendedores independentes fortalece o vínculo com consumidores e garante competitividade ao setor. O avanço do social commerce no Brasil aponta para um futuro em que autenticidade, influência digital e engajamento comunitário se tornam pilares da venda direta.