Internacionalização de empresas brasileiras para os EUA exige planejamento e preparo

Levantamento da Ecco Planet Consulting aponta falhas recorrentes na entrada de negócios no mercado norte-americano, como ausência de estudo de mercado e despreparo cultural

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Foto: Reprodução/ Freepik

A expansão de negócios brasileiros para os Estados Unidos continua a despertar o interesse de empresários em busca de novos mercados e estabilidade econômica. No entanto, dados recentes indicam que a falta de planejamento tem sido um dos principais obstáculos à consolidação dessas iniciativas.

Segundo levantamento da consultoria Ecco Planet Consulting, especializada em internacionalização de empresas, cerca de 70% dos negócios brasileiros que fracassam em território norte-americano iniciaram suas operações sem realizar um estudo aprofundado de mercado e sem validar previamente seus produtos ou serviços com o público local.

Falta de adaptação ao mercado americano

A pesquisa revela que muitos empresários partem do pressuposto de que a simples presença nos Estados Unidos será suficiente para garantir o sucesso. Entretanto, diferenças culturais, exigências legais específicas e hábitos de consumo distintos impõem desafios consideráveis.

Alfredo Trindade, especialista em internacionalização e CEO da consultoria, destaca que a repetição do modelo de negócios brasileiro no mercado norte-americano costuma ser um erro comum.

“O que funciona no Brasil não necessariamente terá aderência nos EUA. Questões como posicionamento de marca, canais de distribuição e linguagem precisam ser adaptadas”, afirma.

Trindade também ressalta a importância da preparação pessoal do empreendedor e de sua equipe. “A adaptação cultural é crucial. Sem compreender o contexto local, aumentam os riscos de equívocos estratégicos e operacionais.”

Estrutura formal e assessoria especializada

Outro fator apontado pela Ecco Planet como recorrente nos casos de insucesso é a tentativa de economizar na estrutura inicial. Operações informais ou terceirizadas sem supervisão direta comprometem a credibilidade e dificultam parcerias locais.

A recomendação é que, mesmo com estruturas enxutas, as empresas formalizem sua presença no país desde o início, contando com o suporte de profissionais especializados em áreas como contabilidade, legislação e compliance regulatório.

Oportunidades e riscos

Com um Produto Interno Bruto superior a US$ 28 trilhões, os Estados Unidos são o maior mercado consumidor do mundo e atraem empresários de diversos países. Ainda assim, o ambiente competitivo é exigente.

De acordo com dados da Small Business Administration (SBA), cerca de 20% das pequenas empresas encerram suas atividades no primeiro ano de operação, índice que pode ser ainda maior entre estrangeiros sem preparo adequado.

Para especialistas, internacionalizar pode representar uma oportunidade estratégica de crescimento, diversificação de receitas e acesso a mercados maduros. No entanto, o processo exige planejamento, conhecimento técnico e expectativas realistas.

Publicação voltada ao tema

Como parte de um esforço para esclarecer o tema da internacionalização, a consultoria está finalizando um livro intitulado “A Vitrine do Mundo”, com orientações práticas baseadas nas experiências acumuladas em mais de duas décadas de atuação no setor.

A obra deve abordar as etapas fundamentais para a entrada planejada e bem-sucedida no mercado americano.

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