Tensões comerciais entre EUA e China elevam custos de frete e aumentam incertezas globais

Retórica protecionista de Donald Trump pressiona o setor de transporte marítimo e gera reflexos na economia global, inclusive no Brasil

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Foto: Reprodução/ Freepik

A possível retomada de políticas protecionistas pelos Estados Unidos, impulsionada pela retórica do ex-presidente Donald Trump, tem provocado reações nos mercados internacionais.

Em discursos recentes, Trump voltou a defender a imposição de tarifas universais de 10% sobre importações, sinalizando um retorno à postura adotada em seu mandato anterior, quando promoveu disputas comerciais com a China, renegociou acordos como o NAFTA e retirou os EUA do Acordo Transpacífico (TPP).

Fretes marítimos disparam com incerteza política

A antecipação de embarques, em meio ao receio de novas tarifas, contribuiu para o aumento expressivo dos preços dos fretes marítimos entre China e Estados Unidos. Analistas apontam que essa movimentação é reflexo direto das tensões comerciais, gerando efeitos em cadeia na cadeia logística internacional.

O aumento dos custos logísticos tem impacto direto nos preços de produtos importados, afetando setores diversos — de eletrônicos a alimentos industrializados — e podendo pressionar a inflação ao consumidor final.

Brasil observa com cautela cenário internacional

Para o Brasil, a conjuntura representa tanto riscos quanto oportunidades. Setores exportadores vislumbram a chance de ocupar espaços deixados por fornecedores asiáticos no mercado norte-americano.

No entanto, há preocupação com os efeitos da instabilidade global sobre a competitividade das empresas nacionais.

“O aumento dos fretes é consequência da instabilidade nas relações comerciais e afeta tanto grandes empresas quanto o consumidor comum”, afirma Filipe Fuzaro, especialista em comércio exterior.

Segundo ele, o Brasil deve agir estrategicamente, buscando diversificar suas rotas e ampliar acordos comerciais para mitigar os efeitos desse novo cenário.

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