A produção de cloro no Brasil registrou um crescimento de 4,05% em 2024, totalizando 1,095 milhão de toneladas, em comparação com o ano anterior. Simultaneamente, a produção de soda cáustica aumentou 4,53%, alcançando 1,208 milhão de toneladas.
Esses dados foram divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor), que representa 98% das indústrias brasileiras do setor.
Consumo Interno e Produção Derivada
O consumo interno de cloro na indústria para a produção de outros químicos foi de 999 mil toneladas, apresentando um incremento de 4,55% em relação a 2023. Por outro lado, as vendas de soda cáustica cresceram modestamente 0,62% no mesmo período.
Além disso, o setor gerou 282 mil toneladas de ácido clorídrico e 81 mil toneladas de hipoclorito de sódio, destinados principalmente às indústrias química, petroquímica, alimentícia, de papel e celulose, e metalúrgica.
O aumento na produção nacional não foi suficiente para atender à crescente demanda doméstica. O consumo aparente de cloro e produtos clorados, que reflete a produção mais importação, registrou um aumento de 10,9% no período.
Como consequência, a importação de produtos clorados, como EDC e PVC, cresceu substancialmente 27,2%, saltando de 367 mil toneladas em 2023 para 467 mil toneladas em 2024. Esse movimento foi impulsionado principalmente pelos setores de construção civil e saneamento básico.
Capacidade Instalada Ainda É Considerada Baixa
A utilização da capacidade instalada da indústria de cloro-álcalis foi de 73% em 2024, um aumento de 3% em relação a 2023, embora ainda considerada baixa pela Abiclor. Apesar do cenário desafiador, o setor vem mostrando crescimento contínuo na utilização da capacidade desde 2020.
Expectativas e Desafios do Setor
Nelson Felipe Junior, presidente executivo interino da Abiclor, avaliou positivamente os resultados do setor em 2024, destacando o aumento na capacidade de produção e o esforço em eliminar gargalos operacionais. Ele também ressaltou os investimentos em tecnologias mais eficientes e com menor impacto ambiental.
No entanto, o executivo alertou para os desafios impostos pelas importações, especialmente de regiões como Ásia e Estados Unidos
. “Essas regiões atuam com muita agressividade no mercado brasileiro, fazendo com que as taxas de operação permaneçam em patamares mais baixos”, afirmou. Segundo ele, esses produtos muitas vezes chegam ao Brasil com preços inferiores aos praticados nos países de origem.
A demanda por produtos da indústria segue forte, impulsionada por grandes projetos de infraestrutura e pelo Marco Legal do Saneamento. O setor é essencial no fornecimento de insumos como resinas de PVC e produtos químicos usados no tratamento de água, áreas que devem continuar em expansão no país.