PIX ganha espaço na Europa e desafia hábitos de consumo em Paris

Meio de pagamento brasileiro começa a ser aceito em boutiques de luxo, mas adesão ainda esbarra na cultura local e na falta de informação sobre taxas

PIX ganha espaço na Europa e desafia hábitos de consumo em Paris Pix europa 1 1 1 1

Foto: Reprodução/ Divulgação

O crescimento do turismo brasileiro na Europa, aliado à popularização do Pix como meio de pagamento, tem incentivado comerciantes europeus a considerarem a ferramenta como forma de atrair consumidores do Brasil.

Segundo dados do Banco Central, o Pix já representa 39% de todas as transações financeiras realizadas no país.

Em Paris, uma das pioneiras na adoção do sistema é a Fragrance de L’Opéra, boutique especializada em perfumes de nicho localizada próxima à Opéra Garnier.

Voltada para um público internacional, especialmente latino-americano, a loja oferece atendimento em português, francês e espanhol, além de uma experiência de compra personalizada.

Adesão ao Pix e desafios operacionais

A Fragrance passou a aceitar o Pix em 2022, buscando facilitar a experiência de turistas brasileiros. No entanto, a implementação na Europa envolve particularidades.

Diferente do Brasil, onde o sistema é gratuito para pessoas físicas, na França o serviço depende de intermediários financeiros que aplicam taxas e juros, o que tem desestimulado seu uso por parte dos consumidores.

“O brasileiro costuma vir bem preparado, usando ferramentas como o Wise. Quando percebem que o Pix na Europa implica cobrança, acabam optando por outras formas de pagamento”, explica Poliana Palhano, gerente da loja e especialista em perfumaria.

Atendimento personalizado continua como aposta

Apesar das limitações técnicas do Pix no mercado europeu, a Fragrance mantém o foco na personalização do atendimento. A loja oferece consultoria olfativa, curadoria de marcas exclusivas e um serviço considerado acolhedor por turistas brasileiros. Mesmo quando o Pix não é utilizado, a experiência permanece como um diferencial para o público-alvo.

Brasil lidera uso de pagamentos instantâneos

De acordo com o Banco Central, o Pix movimentou mais de R$ 24 trilhões em 2024. Um relatório da Capgemini prevê que, até 2026, cerca de 70% das transações financeiras no mundo serão digitais.

Nesse contexto, o Brasil se destaca globalmente como um dos líderes na adoção de meios de pagamento instantâneo.

Embora ainda restrito na Europa, o uso do Pix por estabelecimentos como a Fragrance de L’Opéra indica que o comércio de luxo está atento à digitalização — e ao comportamento de compra dos brasileiros, que seguem como consumidores relevantes no cenário internacional, mesmo diante de flutuações cambiais.

Sair da versão mobile