PIB brasileiro apresenta estabilidade no segundo trimestre, aponta Ipea

Ipea aponta estabilidade no PIB brasileiro no segundo trimestre de 2025, com alta prevista de 2,3% no ano e destaque para o setor de serviços.

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Foto: Reprodução/ Freepik

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou, na sexta-feira (atualização de agosto de 2025), a análise trimestral da atividade econômica brasileira.

De acordo com indicadores desagregados da indústria, comércio e serviços, o Produto Interno Bruto (PIB) apresentou resultado próximo da estabilidade no segundo trimestre deste ano.

A projeção do instituto para o crescimento econômico em 2025 é de 2,3%, enquanto para 2026 a expectativa é de alta de 2,1%. As estimativas refletem um cenário de desaceleração em relação a 2024, quando o PIB avançou 2,9%.

Serviços mantêm trajetória positiva

O setor de serviços segue como destaque entre as atividades econômicas, beneficiado pela ampliação da demanda interna e pela retomada gradual de segmentos mais afetados pela pandemia de Covid-19.

Segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de serviços avançou 0,9% em junho de 2025 na comparação com o mês anterior, acumulando alta de 4,1% no primeiro semestre.

Entre os segmentos, os serviços prestados às famílias registraram crescimento de 1,8% no mês e de 8,6% no acumulado do ano. Ainda assim, alguns subsetores, como o de turismo, permanecem abaixo dos níveis pré-pandemia.

Comércio mostra crescimento moderado

No comércio varejista, as vendas registraram alta de 0,5% em junho, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC).

No segundo trimestre, o setor acumulou crescimento de 1,2%, impulsionado pelo aumento da renda disponível em função de programas de transferência de renda e reajustes salariais em algumas categorias.

A expectativa do Ipea é de que o varejo mantenha expansão moderada nos próximos meses, acompanhando o ritmo do mercado de trabalho e o comportamento da inflação.

Indústria enfrenta desafios

A produção industrial apresentou queda de 0,8% no segundo trimestre, segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF).

O desempenho negativo foi puxado pela indústria de transformação, que recuou 1,2%, refletindo custos elevados, gargalos logísticos e menor demanda externa em alguns segmentos.

O destaque positivo foi a indústria extrativa, que cresceu 2,5% no período, beneficiada pela valorização internacional de commodities como minério de ferro e petróleo.

Agropecuária sofre com clima adverso

O PIB do setor agropecuário deve crescer 1,5% em 2025, segundo o Ipea, abaixo das projeções iniciais de 2,1%. A revisão decorre de perdas na produção de grãos, especialmente milho e soja, devido à estiagem prolongada em algumas regiões e ao excesso de chuvas em outras.

Perspectivas e riscos

Para os próximos meses, o Ipea destaca fatores de risco que podem alterar o cenário econômico, como a volatilidade dos preços internacionais de alimentos e energia, a persistência de eventos climáticos extremos e incertezas no ambiente político e fiscal.

Segundo Leonardo Mello de Carvalho, pesquisador do Ipea e um dos autores do estudo, a tendência para 2026 é de crescimento moderado. “Há um viés de baixa nas projeções, especialmente diante de possíveis choques externos e das condições fiscais internas”, afirmou.

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