BC ignora cenários amid incertezas globais e prioriza estabilidade

BC ignora cenários amid incertezas globais e prioriza estabilidade BC ignora cenarios amid incertezas globais e prioriza estabilidade

O diretor de política econômica do Banco Central do Brasil, Diogo Guillen, participa de uma coletiva de imprensa na sede do Banco Central do Brasil, em Brasília, em 27 de março de 2025. REUTERS/Adriano Machado

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, ressaltou na última quinta-feira (24) a importância da cautela e flexibilidade da autoridade monetária em um cenário internacional marcado por alta incerteza. Durante evento da XP em Washington, relacionado à reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI), Guillen afirmou que não é oportuno divulgar cenários sobre os próximos passos da política monetária no Brasil.

Embora outros bancos centrais e instituições, como o FMI, apresentem diferentes cenários para suas políticas, Guillen argumentou que essa prática não traria benefícios no contexto atual. “Gosto da ideia de cenários, mas neste momento não vejo valor em oferecer múltiplas opções. O foco deve ser na incerteza que enfrentamos”, enfatizou.

O diretor também esclareceu que a transparência da política monetária não implica em orientações explícitas sobre futuras taxas da Selic. “Transparência significa que as pessoas devem compreender como a política monetária reage a diferentes situações”, explicou.

Com o aumento das incertezas externas, impulsionadas por fatores como as tarifas impostas pelo ex-presidente dos EUA Donald Trump, o Banco Central optou por uma comunicação mais cautelosa. Essa mudança ocorreu após uma tentativa temporária de fornecer diretrizes mais claras no final de 2023, quando a situação doméstica parecia mais previsível. “Choques de incerteza são difíceis de quantificar e seus impactos variam. Em tempos assim, é recomendável agir com gradualidade, ser transparente e evitar movimentos bruscos”, afirmou Guillen.

Além disso, Guillen reiterou a eficácia da política monetária atual, que projeta uma moderação do crescimento econômico como indispensável para a contenção da inflação. “Nosso cenário-base considera um crescimento moderado e uma inflação persistente. A política monetária continua funcionando e a postura contracionista deverá auxiliar na aproximação da inflação à meta estabelecida”, concluiu.

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