A cotação do dólar registrou queda significativa recentemente, impulsionada pelo movimento do carry trade, que se beneficiou da diferença de juros entre os Estados Unidos e o Brasil. A manutenção das taxas de juros nos Estados Unidos e o aumento da Selic no Brasil colaboraram para ampliar a disparidade entre as duas economias.
O Banco Central brasileiro elevou a taxa básica de juros para 14,25% ao ano, enquanto o Federal Reserve (Fed) manteve sua taxa de juros entre 4,25% e 4,5% ao ano, conforme esperado pelos analistas.
Além disso, o Fed anunciou a previsão de dois cortes de 0,25% nas taxas de juros para 2025. O presidente do Fed, Jerome Powell, destacou que o cenário econômico atual está marcado por uma alta incerteza, que, segundo ele, é influenciada por medidas tomadas pelo governo de Donald Trump.
Em contrapartida, o governo brasileiro anunciou a recuperação de R$ 59,9 bilhões em dívida ativa no ano de 2024, o que contribuiu para reforçar o resultado fiscal do país.
A decisão de aumentar a Selic foi tomada por unanimidade pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que indicou que, na próxima reunião, a alta poderá ser de menor magnitude. No entanto, não houve uma definição sobre a taxa final do atual ciclo de aperto monetário.
Atenção ao Mercado Global
No cenário global, algumas notícias marcaram o dia. Entre os destaques estavam o discurso de Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), o relatório mensal do BCE, a decisão de juros no Reino Unido e os dados de emprego e industriais nos Estados Unidos. Além disso, o fluxo cambial no Brasil, com divulgação às 14h30, também foi monitorado de perto pelos analistas do mercado.
Ouro atinge Recorde Histórico
O mercado de commodities, especificamente o ouro, também teve um dia de grande movimentação. O preço do metal precioso atingiu um recorde histórico de US$ 3.057,21 por onça-troy antes da abertura do mercado brasileiro.
No Brasil, o valor do ouro variou consideravelmente durante o mês de março de 2025, com o preço mais baixo registrado sendo de R$ 538,37 por grama e o mais alto chegando a R$ 553,50 por grama na manhã de hoje.
A valorização do ouro é atribuída a diversos fatores, entre os quais se destacam as declarações do Federal Reserve sobre possíveis cortes nas taxas de juros em 2025, além de tensões geopolíticas e incertezas econômicas globais, que tradicionalmente fazem com que os investidores busquem o ouro como um ativo de refúgio.
O cenário financeiro continua marcado pela volatilidade, com o mercado de câmbio reagindo a decisões sobre juros e o preço do ouro sendo impulsionado por um conjunto de fatores econômicos e geopolíticos.
Os próximos meses deverão trazer mais incertezas, principalmente com a expectativa de mudanças nas políticas monetárias de economias importantes, como Estados Unidos e Brasil.